SÃO PAULO, 1 Abr (Reuters) - Estrategistas veem continuidade da volatilidade no mercado acionário brasileiro em abril, com o cenário político-econômico ainda no centro das atenções, principalmente o noticiário relacionado ao andamento da pauta de reformas do governo.
"No Brasil, mais uma vez, a expectativa do mercado deve girar ao redor do andamento da proposta da reforma da Previdência", afirma a equipe da BB Investimentos.
"Após certo imbróglio, parece haver entendimento para dar continuidade ao trâmite do processo na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ)–que é o primeiro passo para a sua admissão", afirmou em nota a clientes.
Eles, contudo, aguardam "certa sensibilidade" diante da percepção dos investidores em relação às questões que envolvam o prazo para a sua aprovação e a dimensão de uma presumível redução da economia prevista inicialmente pelo governo.
Índice de referência do mercado acionário, o Ibovespa .BVSP encerrou março praticamente no zero a zero, após forte volatilidade, chegando tocar no mês os 100 mil pontos durante o pregão pela primeira vez na história.
Para a XP Investimentos, março foi um exemplo do que está por vir e eles esperam volatilidade.
"Os próximos meses devem ser de duras negociações rumo à reforma da Previdência, e acreditamos que momentos de tensão como os que vivemos nas últimas semanas devem se repetir", afirmaram em relatório a clientes.
Ainda assim, a equipe reiterou visão construtiva para o médio e longo prazos, citando acreditar no avanço das reformas, com risco atrativo para a bolsa.
Na mesma linha, o BTG Pactual (SA:BBTG99) também avalia que a volatilidade deve persistir, mas reafirmou sua visão 'bulish' para as ações brasileiras no longo prazo.
"Ainda assumimos a aprovação da reforma previdenciária e uma economia -ainda considerável- de 10 anos, de 600 bilhões-700 bilhões de reais", afirmou, ponderando que o processo na Câmara deve demorar mais, chegando ao terceiro trimestre.
Para eles, aprovação de uma reforma, mesmo moderada, confirmaria a visão da Casa de que "a tendência primária do Ibovespa é de fato para cima".
Do exterior, a equipe da BB Investimentos destaca que, nos Estados Unidos, o cenário parece mais benigno com o Federal Reserve não prevendo mais alta de juros neste ano.
"Todavia, deve-se monitorar a inversão da curva de juros, com a rentabilidade dos títulos do Tesouro mais curto", destaca, citando também que ainda não há consenso de que um acordo comercial entre China e EUA ocorra em breve.
Veja abaixo cinco carteiras de ações recomendadas para abril compiladas pela Reuters:
BB Investimentos Alupar ALUP11.SA
10% CSN CSNA3.SA
10% Itaú Unibanco PN ITUB4.SA
10% Klabin (SA:KLBN4) KLBN11.SA
10% Lojas Renner LREN3.SA
10% Pão de Açúcar PN PCAR4.SA
10% Petrobras PN PETR4.SA
10% RD RADL3.SA
10% Suzano (SA:SUZB5) SUZB3.SA
10% Taesa TAEE11.SA
10%
BTG Pactual Petrobras PN PETR4.SA
15% Bradesco PN BBDC4.SA
10% Ambev ABEV3.SA
10% Suzano SUZB3.SA
10% Lojas Renner LREN3.SA
10% Rumo RAIL3.SA
10% IRB IRBR3.SA
10% Localiza RENT3.SA
10% Cosan CSAN3.SA
10% Oi OIBR3.SA
5%
Terra Investimentos Petrobras PN PETR4.SA
15% Gerdau GGBR4.SA
15% BRF BRFS3.SA
15% Braskem PNA BRKM5.SA
15% Via Varejo (SA:VVAR11) VVAR3.SA
10% Qualicorp QUAL3.SA
15% Banco do Brasil BBAS3.SA
15%
XP Investimentos AES Tiête TIET11.SA
5% Azul AZUL4.SA
10% B2W BTOW3.SA
5% Banco do Brasil BBAS3.SA
15% Bradesco PN BBDC4.SA
15% JBS JBSS3.SA
10% Localiza RENT3.SA
10% Petrobras PN PETR4.SA
15% Grupo Pão de Açúcar PN PCAR4.SA
5% Vale VALE3.SA
10%
Genial
São Martinho SMTO3.SA
10% JSL JSLG3.SA
10% Petrobras PN PETR4.SA
10% Bradesco PN BBDC4.SA
10% Copasa CSMG3.SA
10% BR Malls BRML3.SA
10% Kroton KROT3.SA
10% Duratex DTEX3.SA
10% Cemig PN CMIG4.SA
10% Movida MOVI3.SA
10%
(Por Paula Arend Laier Edição de Maria Pia Palermo)