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Irão diz começará enriquecimento de urânio em Fordow se acordo nuclear cair 

Publicado 14.06.2018, 07:35
Atualizado 14.06.2018, 07:40
© Reuters.  Irão diz começará enriquecimento de urânio em Fordow se acordo nuclear cair 

© Reuters. Irão diz começará enriquecimento de urânio em Fordow se acordo nuclear cair 

BEIRUTE, 14 Jun (Reuters) - O Irão começará a enriquecer urânio na sua usina de Fordow e instalará novos equipamentos nucleares nas instalações em Natanz, caso se retire do acordo nuclear com grandes potências mundiais, disse o porta-voz da Organização de Energia Atómica do Irão.

O destino do acordo nuclear de 2015 não está claro depois dos Estados Unidos se retirarem. Os outros países signatários --Rússia, China, Alemanha, Reino Unido e França-- estão a tentar preservar o acordo, que impôs limitações ao programa nuclear iraniano em troca de suspender algumas sanções económicas.

O Irão tem duas grandes instalações de enriquecimento, em Natanz e em Fordow. Boa parte de Natanz é subterrânea e Fordow fica dentro de uma montanha.

O porta-voz da agência atómica iranina Behrouz Kamalvandi disse numa entrevista publicada na quarta-feira que novos trabalhos começariam no programa nuclear sob as ordens do líder supremo, o aiatolá Ali Khamenei. Ele não especificou quais os tipos de novos equipamentos podem ser instalados em Natanz.

"No momento o líder supremo ordenou que os programas continuem dentro dos parâmetros do acordo nuclear", disse Kamalvandi ao Clube de Jovens Jornalistas numa entrevista.

"E quando ele der a ordem, anunciaremos os programas para operar fora do acordo nuclear para reviver Fordow", acrescentou.

Ali Akbar Salehi, director do agência, anunciou na semana passada que o Irão tinha começado a trabalhar numa instalação para construir centrífugas avançadas em Natanz.

O anúncio pareceu, pelo menos em parte, como uma tentativa de pressionar os demais signatários a preservarem o acordo de 2015.

Kamalvandi acusou os Estados Unidos e outros países ocidentais de estabelecerem padrões diferentes ao condenarem o programa nuclear do Irão, que segundo ele é puramente pacífico, enquanto aceitam o programa de armas nucleares do inimigo de Teerão, Israel.

"O Ocidente não critica o regime sionista e até o ajuda", disse Kamalvandi na entrevista. "Sem ajuda do Ocidente e dos EUA este regime nunca poderia ter obtido armas nucleares."

Acredita-se amplamente que Israel seja a única potência nuclear do Oriente Médio. Israel nunca confirmou ou negou se tem mesmo um arsenal nuclear.

(Reportagem de Babak Dehghanpisheh)

(Traduzido para português por Sérgio Gonçalves)

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