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Como se comparam os custos com infantários na UE?

Publicado 07.03.2023, 15:02
Atualizado 07.03.2023, 15:10
© Reuters.  Como se comparam os custos com infantários na UE?

Sarah Ronan teve de se demitir de um emprego porque não tinha dinheiro para cuidar dos filhos.

Longe de ser um exemplo raro, trata-se de algo muito frequente no Reino Unido, país onde os custos relacionados com a guarda de crianças se encontram estre os mais elevados na Europa, e onde as mulheres são de facto desencorajadas de regressarem ao trabalho depois de constituírem família, devido às despesas envolvidas.

"Tal como muitos pais, tive de montar o puzzle dos cuidados infantis para que tudo isto funcionasse.O meu filho ficava com os avós maternos dois dias por semana e com os avós paternos um dia por semana. Ele ia para o infantário apenas dois dias por semana. Mais tarde, a situação com os avós mudou devido a problemas de saúde", diz Ronan, líder de projeto da organização Early Education and Childcare Coalition no Grupo de Orçamento da Mulher no Reino Unido (UK Women's Budget Group).

"Tive de colocar o meu filho numa creche cinco dias por semana. O custo disso era de £1200.00 (1356 euros) por mês. Depois dos impostos, ganhava cerca de £1700.00 (1921 euros) por mês", diz ela à Euronews.

O último inquérito realizado pela instituição de caridade Pregnant Then Screwed revela que os cuidados infantis no Reino Unido podem consumir até 75% dos rendimentos dos pais.

Em 2022, o Reino Unido tornou-se o país mais caro para a guarda de crianças em todo o mundo desenvolvido, levando milhares de pessoas a protestar por todo o país no que ficou conhecido como a "Marcha das Mães" em Outubro passado.

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"Até agora, o governo não fez nada quanto ao custo da inflação no Reino Unido. Parece que os custos dos cuidados infantis vão aumentar pelo menos mais 10% em Abril", diz Joeli Brearley, a fundadora da Pregnant Then Screwed.

"Em média, uma creche ou infantário custa £14.000 por ano e estamos perante um aumento de mil libras por ano", diz Joeli Brearley à Euronews Next.

Um em cada três pais que participaram no inquérito revelou que já estavam a contar com alguma forma de dívida para cobrir os custos de guarda de crianças.

No meio de uma crise contínua do custo de vida que já tornou as necessidades básicas como a alimentação inacessíveis na Grã-Bretanha, o elevado custo associado aos cuidados infantis está a exacerbar as desigualdades socioeconómicas e a ter um impacto desproporcionado nas mulheres, forçando-as a reduzir o número de horas de trabalho ou a deixarem de trabalhar por completo.

Estima-se que 1,7 milhões de mulheres no Reino Unido estão a trabalhar menos horas do que o fariam de outra forma devido à falta de disponibilidade de cuidados infantis, de acordo com o Centre for Progressive Policy.

Como se comparam os custos dos cuidados infantis em toda a Europa?

Em todos os países da UE, até 90% das crianças dos três aos cinco anos de idade, e um terço das crianças com menos de três anos frequentam centros de acolhimento de crianças. No entanto, os custos dos cuidados infantis variam muito em todo o continente.

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Percentagem dos rendimentos médios com infantário

Os custos dos cuidados infantis variam entre menos de 5% na Alemanha e na Áustria, onde os pais que vivem nas capitais beneficiam mesmo de cuidados infantis públicos gratuitos, e quase 52% dos rendimentos médios das mulheres no Reino Unido, de acordo com dados da OCDE.

Na maioria dos países europeus, os pais podem beneficiar de cuidados infantis altamente subsidiados, o que reduz os encargos financeiros.

Nos Países Baixos, por exemplo, onde o mercado é dominado por prestadores privados, o custo poderia atingir 80% dos rendimentos médios das mulheres.

No entanto, após as prestações de acolhimento de crianças serem asseguradas pelo governo, os pais com baixos rendimentos nos Países Baixos acabam por pagar apenas 5%. De facto, o governo holandês está a planear um sistema que cobriria 95% das despesas de acolhimento de crianças para todos os pais trabalhadores até 2025.

Reino Unido num extremo do espectro

Princesa de Gales visita uma creche em Luton, Inglaterra, em janeiro de 2023 Justin Tallis/WPA Rota

No Reino Unido, a situação é muito diferente apesar do governo ter investido 4 mil milhões de libras (4,52 mil milhões de euros) em cuidados infantis todos os anos nos últimos cinco anos, através de oito esquemas de apoio diferentes.

"Os tipos de apoio que estão disponíveis já não satisfazem realmente as necessidades das famílias", diz Sarah Ronan do Women's Budget Group.

Isto poderia explicar em parte porque é que um milhão de famílias elegíveis no Reino Unido não recorreram ao direito a cuidados infantis isentos de impostos, que paga £2000 (2.260 euros) anualmente.

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"O governo é muito bom a falar sobre estes benefícios. A sua administração efectiva e a sua acessibilidade é terrível", diz Joeli Brearley da Screwed Then Pregnant.

As famílias desfavorecidas no Reino Unido também podem candidatar-se ao Crédito Universal de Assistência à Criança que paga até 85% das despesas de assistência para famílias de baixos rendimentos que ganham £16.000 (18.080 euros) ou menos anualmente, mas o dinheiro é devolvido em prestações.

"Se não tem dinheiro, para começar, onde o pode encontrar? Não é como se estivesse debaixo do sofá?" diz Ronan.

"E por causa disto, acabamos numa situação em que temos apenas 13% das pessoas que aceitam essa oferta de apoio, e desses 13%, 81% são mães solteiras".

A rede Kita da Alemanha também tem as suas falhas

Ex-ministra da Família alemã Ursula von der Leyen, prepara uma refeição saudável na creche Firlefanz em Berlim, Fevereiro de 2008 Franka Bruns/AP2008

No outro extremo do espectro estão países como a Alemanha, onde o custo médio anual dos cuidados infantis é de apenas 1.310 euros.

Desde 2013, as crianças com mais de 12 meses têm legalmente direito a um lugar nas creches chamadas Kitas através do município local. A Kitas cobra normalmente 70 a 150 euros por mês, mas o custo é depois subsidiado pelo Estado.

Clara Gruitrooy, uma mulher de negócios e mãe de dois filhos, diz que se sente com sorte porque antes vivia em Hamburgo, mas agora está sediada em Berlim, onde os cuidados infantis são gratuitos.

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Gruitrooy dirige a filial berlinense da Working Moms, uma associação alemã onde mães com posições de liderança podem oferecer apoio umas às outras sobre como equilibrar maternidade e trabalho.

"Se eu não tivesse podido pagar a guarda de crianças, não sei como poderia ter chegado onde estou hoje", diz ela à Euronews Next.

No entanto, embora o modelo de acolhimento de crianças na Alemanha seja invejável para países como o Reino Unido, está longe de ser perfeito.

Em muitos lugares na Alemanha, a Kitas tem falta de pessoal e longas filas de espera, especialmente para crianças com menos de três anos. Num inquérito realizado pelo Instituto Alemão da Juventude em 2020, 49 por cento dos pais com crianças menores de três anos relataram que precisavam de uma Kita, mas apenas 24 por cento conseguiram assegurar o número de horas necessárias.

"Na Alemanha, felizmente, não é uma questão de preço, mas também de encontrar um lugar", diz Gruitrooy que lutou para encontrar um lugar para as suas filhas antes de estas atingirem um ano de idade, numa altura em que ela estava a lançar a sua própria empresa.

Uma vez que a sua carreira empresarial tornou possível trabalhar remotamente, conseguiu fazê-lo funcionar até conseguir colocar as filhas numa Kita.

"Agora o debate é sobre qualidade, sobre igualdade, e sobre serviço", diz Gruitrooy.

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