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Economia social: quando o objetivo são as pessoas e não o lucro

Publicado 21.06.2023, 18:00
Economia social: quando o objetivo são as pessoas e não o lucro

Matilda Holgerssoné sueca, tem 31 anos e um profundo amor pela música, pelas artes e pelos gatos. Num período difícil, problemas de saúde afastaram-na do mercado de trabalho durante 5 anos.

"Em 2017, estava a estudar na universidade, mas tive um esgotamento e foi-me diagnosticada síndrome de exaustão e depressão. Aconteceu muito rapidamente e fiquei muito doente. A partir daí, foi uma viagem muito longa para regressar".

REAL ECONOMY/EURONEWS Matilda encontrou na música uma terapia

Gradualmente, Matilda conseguiu sentir-se melhor e recuperar a vida social.

Parte do processo de cura deve-se ao trabalho desempenhado nos últimos 6 meses na Ängås Gård, uma cooperativa de produção alimentar e eventos.

A cooperativa oferece a Matilda, e a pessoas com dificuldades semelhantes, uma oportunidade de recuperar.

"O aspeto positivo de trabalhar numa cooperativa é que nos ajudamos uns aos outros e há uma grande compreensão das necessidades de cada um. Nos locais onde trabalhei anteriormente, era considerado um pouco estranho ter um dia mau. Não se deve mostrar o que se está a sentir". 

A cooperativa onde Matilda trabalha faz parte de uma organização dedicada à venda de serviços de empresas sociais, a Social Trade. 

Liderada por Mari Odenbjörk, a organização procura ultrapassar algum do estigma associado às cooperativas e às empresas sociais, de modo a criar laços comerciais com empresas mais tradicionais.

"As cooperativas ainda são um pouco mal vistas na Suécia. Não são consideradas legítimas. Mas havemos de lá chegar. Estou a trabalhar com pessoas que querem ajudar pessoas, que querem realmente fazer a diferença".

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Quando o objetivo principal não é o lucro, [os bancos] não nos compreendem bem

Financiamento, um desafio

6,3% da população ativa remunerada da União EuropeiaPortugal

Giulia Galera, investigadora do Instituto Europeu de Investigação sobre Empresas Cooperativas e Sociais (EURICSE), atribui estas "diferenças fundamentais entre os países da União Europeia" ao facto de que  "as políticas públicas não reconhecem plenamente a responsabilidade social que as empresas sociais assumem", estabelecendo "quadros fiscais muito deficientes, muito segmentados, muito fragmentados".

Para a especialista em economia social seria necessário desenvolver mais políticas de apoio à criação de empresas sociais, tendo em conta os obstáculos apresentados pelo mercado ao financiamento destas organizações.

Os bancos, explica, não compreendem que "muitas empresas sociais são organizações de mão de obra intensiva, precisam de dinheiro para formação, para apoiar a formação, para suportar os custos de inclusão de pessoas desfavorecidas ou para poderem receber formação para aceder aos mercados públicos".

Hanna-Sara Kristenssonconhece bem as dificuldades enquanto diretora da Kajskjul46, uma empresa social de Gotemburgo, que presta serviços a particulares e a indústrias e reabilitação profissional.

"Todos os lucros aqui obtidos são reinvestidos diretamente na empresa. O que, por vezes, pode complicar o acesso ao apoio financeiro. 

Não podemos ir aos bancos e pedir um empréstimo. Por isso, temos muitos projetos diferentes, financiamentos da União Europeia e vários financiamentos na Suécia a que nos podemos candidatar. Mas penso que os bancos ainda nos acham pouco transparentes. Quando o objetivo principal não é o lucro, não nos compreendem bem".

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Hanna-Sara Kristensson diretora da Kajskjul46, junto a um funcionário empresa social, em Gotemburgo, Suécia REAL ECONOMY/EURONEWS

União Europeia tem plano de ação (mas só para quem o quiser)

acesso ao financiamentoobstáculos jurídicosfalta de visibilidade

Para combater esses entraves, a Comissão Europeia adotou um plano de ação para promover o aumento de emprego no setor e retirar 15 milhões de pessoas da pobreza ou da exclusão social até 2030.

O plano de ação da União Europeia para a economia social "representa um passo em frente muito importante, em primeiro lugar, porque reconhece a economia social como uma dinâmica específica", afirmaGiulia Galera. 

"Ao mesmo tempo, clarifica as diferenças entre as entidades da economia social e as empresas tradicionais. Em seguida, reconhece que a economia social está ativa não só em setores de nicho como o sector do bem-estar, mas em todos os ecossistemas industriais".

No entanto, o plano não é vinculativo para os Estados-membros

Para ter sucesso, vai depender, em grande medida, da vontade dos países da União Europeia de implementar iniciativas de economia social que permitam a pessoas como Matilda imaginar um futuro mais risonho.

"Vejo-me talvez a trabalhar a tempo inteiro no futuro. Também tenciono voltar à universidade e, a longo prazo, gostaria de trabalhar de alguma forma com crianças. E estou a ver isso a acontecer. É bom ter essa esperança no futuro e saber que vou conseguir".

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