EUR/USD: BCE com postura dovish pressiona euro para perto de mínimos do ano, não obstante tensões comerciais
Na passada semana, Mario Draghi surpreendeu o mercado ao apresentar deliberações e discurso predominantemente dovish. O actual programa de compra de activos foi estendido até Dezembro, sendo reduzido para metade (EUR 15 mil milhões mensais) no último trimestre do ano. A única nota de índole mais positiva para o EUR – revisão da expectativa de inflação para 1,7% em 2018 e 2019 – foi ofuscada pela afirmação de que taxas de juro deveriam ficar inalteradas até, pelo menos, o fim do verão de 2019. O crescimento da Zona Euro, relativo a 2018, foi ainda revisto de 2,4% para 2,1%.
Após um desfecho positivo na cimeira histórica entre os EUA e a Coreia do Norte, na sexta-feira, Donald Trump voltou a provocar choques de volatilidade nos mercados financeiros, ao implementar e detalhar uma taxa alfandegária de 25% sobre importações chinesas no valor de USD 50 mil milhões. A China ameaçou, de imediato, retaliar na mesma magnitude. Ontem, Trump ponderou um novo pacote proteccionista no valor de USD 200 mil milhões e a China prontamente se revelou disposta a responder proporcionalmente.
Referência técnica: Apesar das tensões comerciais entre as duas maiores economias do mundo conhecerem terem génese nos EUA, a apreciação do USD continuou a revelar resiliência. O par perdeu suportes bastante relevantes, apresentando-se a próxima referência para quedas nos 1,1480.
GBPUSD: Força do USD e incerteza do Brexit aproximam cable de suporte relevante em semana de Banco de Inglaterra
A célere e robusta valorização do USD foi particularmente pressionante para as divisas cujas economias e/ou contextos políticos apresentam maiores debilidades. No caso do Reino Unido, não só assistimos à divulgação de indicadores macroeconómicos maioritariamente desapontantes durante Abril e Maio, como também a um incremento da incerteza em relação a Brexit, nomeadamente no que diz respeito às discórdias entre UE e Reino Unido relativamente à fronteira irlandesa e à falta de consenso não só no governo de Theresa May, mas principalmente no parlamento britânico.
Numa semana em que alguns políticos britânicos revêem as suas expectativas temporais em relação a um acordo para Brexit – agora mais distante –,Mark Carney deverá manter a taxa de juro e o actual programa de quantitative easing inalterados. Os investidores focar-se-ão no discurso do governador do Banco de Inglaterra para tentar compreender se a única subida, com probabilidade superior a 50%, esperada para este ano ocorrerá já na próxima reunião de Agosto. No mesmo dia, espera-se que o ministro das finanças Philip Hammond apresente as suas perspectivas para economia britânica, assim como um esboço do funcionamento do sector financeiro após a consumação do Brexit.
Referência técnica: O par aproxima-se do importante suporte entre os 1,3120 e 1,3060. Perante esta zona de referência, o tom dos dois discurso supra referidos poderá ditar os próximos movimentos a curto prazo.
EURCHF: Par está a ser pressionado pelo aumento da aversão ao risco
O pacote de taxas alfandegárias aplicado pelos EUA à China e a retaliação da potência chinesa estão a penalizar os activos de crescimento, nomeadamente o segmento accionista e as matérias-primas. O agudizar das tensões comerciais e a expectativa de abrandamento do crescimento mundial estão a aumentar o interesse em activos de refúgio como o franco suíço e o iene japonês. O ouro continua indiferente às tensões comerciais, sendo penalizado pela força do dólar americano e por vendas motivadas pela ruptura de níveis técnicos.
O EURCHF apresenta fortes movimentos impulsivos de queda, com o euro a ser pressionado contra diversas moedas e o franco suíço a atrair fluxos de investimento enquanto activo de refúgio.
Referência técnica: Como objectivo baixista, apontamos para o mínimo anterior, em torno dos CHF 1,1370. A recente ruptura em baixa da média móvel de longo prazo (200 dias) e o facto de o par seguir uma estrutura de Ondas de Elliott reforçam a nossa preferência baixista.
Crude WTI: Crude desvaloriza na semana da reunião da OPEP
O petróleo extende as quedas, com os traders a avaliar os riscos inerentes às discussões da OPEP sobre o fim parcial dos cortes na produção, bem como as crescentes preocupações à cerca das guerras comerciais. Embora a reunião dos países produtores de petróleo e dos seus aliados nesta sexta-feira e sábado seja dominada pela possibilidade do aumento da produção, o cartel enfrenta uma ameaça de Washington, já que os legisladores trazem de novo para mesa de negociação a lei “No Oil Producing and Exporting Cartels Act”, ou NOPEC, usada pela última vez para no império de petróleo de John Rockefeller, ainda assim a probabilidade desta lei ser aprovada é residual.
O facto do EUR/USD continuar bastante pressionado pela valorização do dólar prejudica também os activos denominados nesta moeda.
Referência técnica: Após quebra em baixa da linha de tendência ascendente que vigorava desde meados de 2017 juntamente com a quebra de um suporte relevante assinalado a vermelho no gráfico, o próximo nível de suporte relevante situa-se perto dos $62 por barril.
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