A última semana mostrou uma descida nas yields ao longo de quase a totalidade da curva soberana Portuguesa, assim como uma evolução favorável na maior parte das emissões/emitentes de crédito que acompanhamos numa base semanal.
Os discursos realizados por Mario Draghi e Benoît Coeuré na segunda-feira parecem ter novamente concentrado as atenções na política monetária expansionista do Banco Central Europeu e na reunião dos dias 7 e 8 de dezembro. Por outro lado, o rápido e significativo movimento observado nas yields na Europa (risco político e incerteza quanto ao ritmo de compras do programa QE do Banco Central Europeu após março 2017) e, principalmente, nos EUA (expectativa de um ciclo mais forte de subida de taxas pelo Comité de Política Monetária da Reserva Federal dos EUA) parece ter já permitido uma tentativa de estabilização/consolidação nos preços.
O posicionamento dos investidores continua, contudo, a criar riscos para as próximas semanas/meses.
Apesar do comportamento das yields nas últimas semanas, continuamos a ver o referendo constitucional de Itália marcado para 4 de dezembro com um importante evento de risco para a periferia da Zona Euro (com possíveis efeitos de contágio a Portugal), nomeadamente no que se refere aos spreads face à Alemanha. Poder-se-á dizer que uma vitória do "não" é já esperada. Mesmo assim, entre os vários cenários políticos possíveis, a incerteza quanto à necessidade de serem realizadas novas eleições permanece um importante risco e poderia (se concretizado), no curto prazo, provocar um novo aumento da volatilidade.
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