A semana voltou a ser positiva para a curva soberana portuguesa, num ambiente marcado pela cautela dos bancos centrais na área do euro e nos EUA, pela expectativa de moderação na evolução da inflação nos próximos meses e pelo aumento dos riscos geopolíticos (Síria, Coreia do Norte).
O enquadramento doméstico permanece também favorável, com os indicadores de sentimento para consumidores e empresários a apontarem para a manutenção do momento positivo da economia que caracterizou o 2º semestre de 2016. Tal cria condições favoráveis para a execução orçamental de 2017, após o défice (revisto pelo INE) de 2% do PIB alcançado no ano passado.
Permanecemos à procura de sinais de um menor spread na dívida portuguesa (depois de apresentar uma evolução favorável nomeadamente face a Espanha e Itália na última semana), de modo a refletir a perceção de melhor qualidade do crédito, consequência da aceleração no ritmo de expansão da economia, dos resultados da consolidação orçamental e da recapitalização do setor bancário nacional.
Para a próxima semana, a nossa atenção estará na evolução das yields a 10 anos da Alemanha e dos EUA, ambas juntas de patamares técnicos importantes, podendo haver uma reação à forte subida do petróleo. Aproximamo-nos da 1ª volta das eleições presidenciais francesas (23 de abril), pelo que procuraremos indícios de pressão nos speads dos periféricos. Finalmente, a DBRS poderá pronunciar-se sobre o rating da República Portuguesa no dia 21 de abril.
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