A dívida soberana de Portugal voltou a destacar-se em termos relativos, numa semana marcada pela subida das yields ao longo de toda a curva da Alemanha. Os spreads na área dos 10 anos reduziram-se novamente face a Alemanha, Itália e Espanha.
O ambiente favorável em termos económicos e aos ativos de risco na área do euro continuou a beneficiar a dívida portuguesa, suportada pela "procura de yield".
Yields mais elevadas na Alemanha deverão permanecer, contudo, um risco para a evolução da curva soberana portuguesa, refletindo a expectativa do mercado quanto a taxas de juro mais elevadas por parte do Banco Central Europeu no futuro, principalmente enquanto os dados económicos continuarem a surpreender pela positiva...
Os últimos dias mostraram um discurso de Mario Draghi no parlamento da Holanda e uma entrevista de Peter Praet. Em ambos os casos, voltou a ser defendida a importância de uma política monetária expansionista para suportar a evolução da economia da região e a ausência de sinais quanto a uma tendência sustentada de subida da inflação em direção à meta do Banco Central Europeu.
De qualquer forma, e uma vez já terminadas as eleições presidenciais francesas, é provável que as expectativas quanto ao anúncio até ao final de 2017 de novas reduções no ritmo mensal de compras no programa EAPP do Banco Central Europeu possam continuar a crescer ao longo dos próximos meses.
Continuaremos atentos a este tema, tendo as conta a ameaça que representa ao suporte que temos esperado de spreads mais baixos para a dívida soberana do Tesouro de Portugal...
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