Os últimos dias ficaram marcados pela aliança Macron/Bayrou e pelo reembolso por parte do governo português de 1,7 mil milhões de euros ao FMI. Eventuais reembolsos adicionais serão interpretados como sinal de confiança, mas estarão provavelmente dependentes das condições no mercado para as PGBs, principalmente na parte mais longa da curva. A semana voltou a ser de aumento no spread face à Alemanha, com destaque para a parte mais curta da curva soberena portuguesa, traduzindo o suporte fornecido à dívida alemã pela obsessão dos investidores com o risco de uma vitória de Marine Le Pen nas eleições presidenciais francesas (redenomination risk e flight to quality).
Continuamos a ver a evolução dos dados económicos na Zona Euro e a pressão que deverá exercer no Banco Central Europeu para alterar o seu forward guidance como fonte de riscos para a área das obrigações nos próximos meses, suportando yields mais elevadas. Isso poderá acontecer assim que estabilizarem as intenções de voto de Marine Le Pen, ou quando o mercado começar a concentrar as suas atenções na reunião do Comité de Política Monetária da Reserva Federal dos EUA dos dias 14 e 15 de março. Na área dos corporates, aguarda-se a emissão de dívida subordinada da CGD, uma parte importante do programa de recapitalização do banco detido pelo Estado português.
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