A decisão da Standard & Poor's de subir Portugal de BB+/estável para BBB-/estável representou uma clara surpresa positiva para o mercado, conduzindo a uma forte redução das yields e de spreads face a Itália, Espanha e Alemanha. A S&P atribui agora igual notação a Portugal e Itália, o que reforçou a atenção no spread entre os dois países, principalmente tendo em conta a incerteza em torno das eleições que serão realizadas até 20 de maio de 2018 em Itália. Para a dívida portuguesa voltar a ser incluída nos índices de investment grade é necessário que Moody´s ou Fitch acompanhem a decisão da S&P, o que aumenta o interesse pela possível revisão da Fitch no dia 15 de dezembro. De qualquer forma, a convergência ocorrida entre as yields de Portugal e Itália, ao longo da curva soberana, foi já significativa...
A última semana mostrou a continuação da subida das yields a 10 anos de Bunds e Treasuries, culminando na reunião de setembro do Comité de Política Monetária da Reserva Federal dos EUA. O Comité manteve a indicação quanto a uma possível subida adicional da fed funds rate até ao final do ano, para além de 3 subidas adicionais de 25 pontos de base no próximo ano. Janet Yellen voltou a atribuir o abrandamento na inflação a fatores temporários. Desta forma, o mercado reavaliou a probabilidade de uma subida de taxas na reunião de dezembro. Depois de incorporar menos de uma subida de 25 pontos de base até ao final de 2018, o mercado espera agora quase duas subidas para o mesmo período, o que ilustra bem a reação observada. O movimento nas últimas 2 semanas foi significativo. Mesmo assim, o enquadramento económico favorável e o impacto da subida da cotação do petróleo nas expectativas de inflação continuam a criar riscos de yields mais elevadas.
A próxima semana contará com vários indicadores de sentimento (Ifo, PMI da IHS Markit, indicadores da Comissão Europeia), para além de dados para a inflação (índice harmonizado do Eurostat na área do euro e índice PCE nos EUA).
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