O comunicado divulgado após o final da reunião de julho do Comité de Política Monetária da Reserva Federal dos EUA sugere que o anúncio quanto ao início do processo de redução no tamanho do balanço da Reserva Federal dos EUA deverá ocorrer na reunião de 19/20 de setembro (para ser implementado a partir de outubro?). No que se refere ao enquadramento económico, foi moderada a caracterização feita da evolução do consumo privado (reflexo das vendas a retalho de junho?), transmitida uma maior confiança quanto ao mercado de trabalho e referido que a inflação se encontra abaixo de 2% (vs. "algo abaixo de 2%", no comunicado da reunião de junho), refletindo provavelmente os dados para a inflação no consumo de junho.
A reação dos mercados foi dovish, dando assim continuidade ao contexto visível desde a conferência de imprensa de Mario Draghi, na expectativa de manutenção durante agosto de um ambiente de procura de yield, um mês usualmente favorável em termos de sazonalidade (redução das operações em mercado primário). A dívida portuguesa tem também beneficiado deste ambiente desde meados de julho, em termos absolutos e via uma redução de spreads face à Alemanha.
Se a (modesta) evolução da inflação permanece um importante suporte, continuamos a ver também razões para não esperar uma descida muito significativa das yields nos EUA e na Alemanha. Nos EUA, o mercado incorpora já menos de duas subidas de 25 pontos de base na fed funds rate para os próximos dois anos. Na área do euro, o índice Ifo atingiu em julho o 3º máximo histórico consecutivo, suportando a ideia de o crescimento económico na região continuar a surpreender pela positiva. Relembrando as palavras de Mario Draghi em Sintra, a política monetária tornar-se-á mais expansionista se o enquadramento económico continuar a fortalecer-se... O destaque para a próxima semana vai para a divulgação dos dados para a inflação na área do euro e nos EUA, assim como para o relatório de emprego de julho nos EUA.
Para mais detalhes ver, por favor, o PDF em anexo.