A 16 de julho deste ano, finalizava o meu artigo “Matérias-primas vs. Inflação nos EUA” com a frase “Com o preço de várias matérias-primas em queda desde junho, é relativamente seguro dizer que a inflação vai pelo menos abrandar esta subida vertiginosa já no próximo mês”.
Não escrevia isto apenas com um “feeling” mas sim com o fator histórico como suporte. Bem sei que a história nem sempre se repete, mas muitas vezes rima, e foi o caso.
8,5% YOY
Tivemos hoje a nova “leitura” da inflação para o mês de julho, nos Estados Unidos da América, e a mesma veio surpreender até o mais pessimista dos analistas. Apesar de haver uma previsão e um consenso de que ia baixar, os 8,5% foram uma surpresa, e os mercados instantaneamente trataram de mostrá-lo através de velas verdes por toda a parte.
O prenuncio da queda nas matérias-primas, assegurava que, pelo menos, iria haver um abrandamento, mas os dados foram ainda mais positivos.
No momento em que escrevo este texto, o índice da Goldman encontrava-se abaixo da média exponencial de 55 semanas, o que pode indicar uma queda maior, caso feche abaixo da mesma. A inversão da tendência de subida, parece assim estar a consolidar-se.
O impacto
A curto prazo acredito que, apesar de elevados, os 8,5% tenham um efeito positivo nos mercados, pelo menos até à próxima divulgação de taxas de juro feita pela FED, em setembro.
Na hora seguinte à divulgação dos resultados, a Bitcoin instantaneamente ganhava 4,4%, os futuros do SP500 1,5% e a Apple (NASDAQ:AAPL), por exemplo, 1,7%.
Gráfico MP - Velas
Gráfico Inflação EUA - Linha
Este artigo não é um conselho financeiro, é apenas informativo e com fins educacionais.