Os próximos dias irão conter alguns importantes eventos de risco que serão provavelmente decisivos para a direção das yields no mercado de dívida de governos: (1) possível comentário por parte da DBRS sobre o rating da dívida pública portuguesa (hoje), (2) primeira volta das eleições presidenciais francesas (domingo), e (3) necessidade de um acordo político para evitar um government shutdown nos EUA até ao dia 28 de abril.
As sessões mais recentes mostraram uma subida na yield a 10 anos do Tesouro alemão, após atingir níveis técnicos relevantes, não obstante comentários por parte de dois membros do Comité Executivo do Banco Central Europeu (Peter Praet e Benoît Coeuré), relembrando os obstáculos à alteração do forward guidance. Mesmo assim, chamou a nossa atenção o facto de ambos terem reconhecido a existência de menores riscos negativos, sugerindo que, na ausência de surpresas negativas em França, os próximos meses poderão voltar a colocar a atenção dos mercados em possíveis alterações na política monetária do Banco Central Europeu.
Com as perspetivas económicas a permanecerem positivas, tendo em conta condições financeiras favoráveis, o resultado da primeira volta das eleições francesas poderá ser decisivo para alterar o sentimento que tem sido observado nos mercados de dívida de governos nas últimas semanas. Contudo, a passagem à segunda volta de dois candidatos eurocéticos ou um suporte mais forte do que o sugerido pelas sondagens a Marine Le Pen poderiam representar riscos, nomeadamente para os spreads da periferia (incluindo Portugal).
Para mais detalhes ver, por favor, o PDF em anexo.