A semana mostrou descidas nas yields ao longo da curva do Tesouro português após a realização dos leilões com maturidades out/22 e fev/24 no dia 8 de fevereiro. A redução nos spreads face a Espanha, Itália e Alemanha, principalmente na parte intermédia da curva, reflete não só a conclusão dos referidos leilões, mas também o ambiente propício aos ativos de risco na Zona Euro e uma diminuição no fluxo de notícias relativamente aos riscos políticos que afetaram os mercados no início do mês. No momento em que escrevemos, as minutas da reunião do Banco Central Europeu de 18/19 de janeiro forneceram também suporte adicional ao mercado.
A situação em Itália permanece um risco, como aliás reflete o facto de o atual enquadramento político e económico do país continuar a chamar a atenção das agências de rating, como foi visível num recente relatório da Moody's abordando, entre outros temas, o aumento do euroceticismo em Itália. Entretanto, o Testemunho de Janet Yellen perante o Senado/Congresso e a aceleração da taxa anual de inflação nos EUA em janeiro para o valor mais elevado desde março de 2012 provocaram um aumento na probabilidade atribuída pelo mercado a uma subida de taxas na reunião de 14 e 15 de março. Se é verdade que na ausência de novas subidas na cotação do petróleo, o seu efeito base nos índices de preço acabará por atenuar-se, a agenda pró-crescimento de Donald Trump permanece uma ameaça à classe de ativos da dívida soberana ao suportar as expectativas de inflação.
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