A semana voltou a ser positiva para a curva soberana portuguesa. Registaram-se, também, reduções adicionais de spreads face à Alemanha, Espanha e Itália na parte intermédia e longa da curva. A curva dos EUA revelou-se uma importante fonte de pressão para yields mais baixas na área do euro, consequência de mais uma leitura fraca para o índice de preços no consumo e do aumento da incerteza política no país (em torno das consequências da demissão do diretor do FBI por Donald Trump). A yield a 10 anos do Tesouro dos EUA regressou aos mínimos do ano (junto de 2,2%), enquanto a yield para a obrigação da Alemanha com igual maturidade voltou para o ponto intermédio do intervalo 0,16%-0,50% que tem sido observado desde finais de 2016. Estes patamares poderão justificar um movimento de recuperação das yields no curto prazo.
O recente período de risk-off nas ações merece a nossa atenção. Esta classe de ativos não tem, até agora, respondido ao ambiente de enfraquecimento de dados económicos nos EUA e dificuldade por parte de Donald Trump para avançar com a sua agenda... Se as próximas semanas mostrarem uma maior preocupação com estes temas, e não obstante o suporte que poderá ser oferecido pelas yields baixas das obrigações do Tesouro de Alemanha e EUA, os efeitos de uma deterioração nas perspetivas para a evolução do ciclo económico e da manutenção de um ambiente desfavorável para os ativos de risco poderão revelar-se negativos para os spreads da periferia na área do euro, incluindo da dívida portuguesa.
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