Desde o nosso último comentário semanal, observou-se uma queda das yields ao longo da curva soberana Portuguesa, com destaque para o segmento intermédio, beneficiando da sazonalidade positiva de final de ano para os ativos de risco. O spread nos 10 anos para a Alemanha voltou a aumentar e permanece num valor elevado face ao registado desde o início do ano.
Até ao final do ano teremos o usual período de menor liquidez, pelo que o aparecimento de qualquer evento de risco poderá provocar uma reação exagerada no mercado. Nos últimos dias, o tema do setor bancário Italiano tem permanecido no centro das atenções dos investidores, com a autorização dada pelo parlamento local para aumentar o limite de endividamento público, de modo a suportar um plano de recapitalização para o setor, e após o BMPS ter referido que dispõe de liquidez para apenas 4 meses. Em Portugal, continuam a ser aguardadas as conclusões dos trabalhos entre governo e Banco de Portugal com o objetivo de ajudar o setor a lidar com os ativos em incumprimento (incluindo alterações à Lei das Falências).
Tal como mencionado na análise da semana passada, a redução no montante de compras mensais por parte do programa PSPP do Banco Central Europeu e os problemas colocados a Portugal pela manutenção do limite por emissão/emitente continuam a justificar uma opinião cautelosa no início de 2017 para yields e spreads da dívida Portuguesa.
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