Conclusão: o Banco Central Europeu continua muito lentamente a caminhar no sentido de uma normalização da sua política monetária. O desaparecimento do comunicado da possibilidade de o programa APP poder ser aumentado em duração ou tamanho sob determinadas condições acaba por não ser surpresa tendo em conta o referido nas minutas da reunião de janeiro. Por outro lado, não deixa de representar mais um passo no sentido de mostrar uma maior confiança por parte do Banco Central Europeu e continuar a alterar o seu forward guidance de modo a diminuir a importância do programa APP, realçando as taxas de juro (subida apenas bem depois do final do período de compras líquidas) e os reinvestimentos.
Na sua conferência de imprensa, Mario Draghi minimizou a alteração realizada no comunicado, justificando-a com uma maior confiança para o crescimento económico e com uma redução dos riscos em torno da evolução futura da inflação.
De entre as várias questões sobre os riscos relacionados com o anúncio de medidas protecionistas, Mario Draghi referiu a importância de ver se há um impacto em termos de sentimento.
Em suma, a postura do Banco Central continua a ser bastante cautelosa (procurando minimizar o impacto nos mercados), tendo em conta a expectativa quanto a uma evolução modesta da inflação. Aliás, as novas previsões para a inflação não mostraram grandes alterações e mantêm um padrão bastante modesto em 2018, com as expectativas de uma aceleração concentradas em 2019 e 2020.
Aliás, as referências feitas por Mario Draghi na conferência de imprensa às dúvidas quanto aos recursos ainda por usar na economia reforçam a ideia de um Banco Central disposto a avançar apenas gradualmente no ajuste do seu forwrad guidance e na discussão no que se refere ao futuro do programa APP. Finalmente, voltou a ser sublinhado a importância do forward guidnace no que diz respeito às taxas de juro, ou seja, no que refere à primeira subida ocorrer bem depois do final do período de compras líquidas do programa APP.
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