O enquadramento permaneceu favorável aos mercados de dívida de governos na área do euro na última semana, como é visível pelo comportamento da curva alemã. A semana ficou marcada pela divulgação, por parte do Eurostat, da leitura preliminar para o índice harmonizado de preços no consumidor em maio. Excluindo alimentação e energia, a taxa de variação homóloga baixou para 0,9%, um valor que em nada contribuirá para tranquilizar o Banco Central Europeu quanto à trajetória da inflação na região. O evento da próxima semana será a reunião de política monetária de dia 8.
Espera-se o reconhecimento de um perfil de riscos mais favorável, assim como possivelmente retirar do comunicado a referência a uma descida de taxas se necessário, refletindo o momento que a economia da área do euro tem apresentado, assim como a evolução favorável dos indicadores de sentimento na região. Contudo, a valorização do euro (EUR/USD) e a possível revisão em baixa das projeções para a inflação deverão ajudar Mario Draghi e o Comité Executivo do Banco Central Europeu a manter uma postura cautelosa, de modo a evitar uma deterioração das condições financeiras na região.
A semana voltou a ser de significativa redução nas yields e spreads para a dívida do Tesouro português, beneficiando do ambiente de procura de carry. Em termos relativos, Portugal acabou por sair realçado face à Espanha, devido aos problemas em torno do Popular (vs. expectativa de progressos no setor bancário em Portugal), e Itália, perante o aumento dos riscos de eleições antecipadas (vs. perceção de uma situação política estável em Portugal).
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