Geralmente, todos os negócios pretendem adquirir uma carteira de clientes e vender os seus produtos/serviços, aproveitando o ambiente online. Este fenómeno teve uma aceleração (como é de conhecimento geral) durante a pandemia.
Sucintamente, tendo em mente a área do e-commerce, existem dois grandes caminhos para as empresas venderem online: ter um ativo digital próprio; ou ligar-se a uma «central elétrica» online, como a Amazon (NASDAQ:AMZN). Ambos têm desvantagens.
Antes de apresentar os meus argumentos, é importante referir que o comércio eletrónico cresceu 27,5% em 2020 e é expectável que este ano tenha um crescimento de 21,0%. Números espantosos.
A eMarketer prevê que 52,1% das vendas a retalho na China sejam do comércio eletrónico, em 2021, em comparação com 44,8% no ano anterior.
Uma loja de queijos regional ou de brinquedos local podem criar o seu próprio website para comercializar o seu produto. Para tal, é necessário investir tempo e dinheiro, para ganhar notoriedade, tráfego e competências para operar um novo canal, com várias exigências.
A alternativa seria aproveitar as lojas online já estabelecidas, com potenciais clientes. Utilizar essas plataformas facilita o processo de expedição dos produtos em troca ficam com uma comissão. No entanto, existem algumas das desvantagens para os negócios locais, podendo perder o controlo e clientes menos fidelizados perante uma agressiva concorrência, dada a oferta variada que estas plataformas multiproduto disponibilizam.
É de realçar que existem milhares de empresas tecnológicas com propostas comerciais atrativas.
Em diferentes graus, todas estas empresas tentam fazer a ponte entre a abordagem «faça você mesmo» em comparação com empresas online que já têm audiência, consideradas como vastos centros comerciais na Internet, como a Amazon, Alibaba (NYSE:BABA), Dott, entre outros.
O Facebook (NASDAQ:FB) e as suas aplicações Instagram e WhatsApp apresentam soluções simples para que qualquer micro/pequena empresa possa utilizar o seu software na gestão da sua audiência sem perderem independência.
A Square (NYSE:SQ) e a WeChat na China apresentam uma premissa semelhante.
Talvez a mais interessante seja a Shopify (NYSE:SHOP). O seu software tem 1,7 milhões de empresas com lojas online, e cresce a passos largos durante a pandemia.
Impulsionada por legiões de consumidores, a plataforma canadiana de e-commerce registou um crescimento impressionante a semana passada, com as receitas anuais a aumentarem 86% para 2,93 mil milhões de dólares ao longo de 2020.
O volume bruto de mercadorias para o quarto trimestre foi de 41,1 mil milhões de dólares, o dobro em comparação com o mesmo trimestre de 2019.
Por uma taxa mensal e uma comissão relativamente pequena sobre as vendas, as empresas podem usar Shopify para criar um website e uma web-app, permitindo mostrar as imagens dos seus produtos, ligar-se aos seus sistemas de inventário e tratar dos pagamentos online.
A semana passada, foi noticiado que a Amazon comprou uma empresa semelhante à Shopify, chamada Selz.
O exemplo da China no futuro do e-commerce
Pela primeira vez na história, a China terá a maior parte das vendas a retalho através de e-commerce: 52,9%.
Colocando esta conquista em perspetiva, o sucesso do comércio eletrónico da China é inigualável em todo o mundo, já que a segunda maior percentagem do total de vendas a retalho em e-commerce é da Coreia do Sul, com projeção para transacionar 28,9% das suas vendas online, este ano.
Nos EUA, esse valor será de apenas 15%, e a média dos países da Europa Ocidental será de 12,8%.
É importante compreender que as maiores rondas de financiamento de tecnologia em 2020 ocorreram sobretudo na China. De acordo com a GlobalData, das cinco maiores empresas privadas de tecnologia do mundo, quatro são empresas chinesas.
Os dados mostram como as empresas chinesas em fase final de arranque angariaram milhares de milhões de dólares de investidores internacionais e nacionais, durante a recuperação do país perante a pandemia do coronavírus e o crescimento no mercado global de ações.
A China há muito que lidera o mercado em números agregados de vendas de comércio eletrónico e a quota do e-commerce no total das vendas a retalho.
Em 2018, essa quota era de apenas 29,2%, valor relativamente próximo da quota do comércio eletrónico na Coreia do Sul e no Reino Unido este ano.
As compras nos supermercados online aumentaram graças aos confinamentos, e esta preferência vai manter-se no longo prazo. Além disso, as pessoas vão continuar céticas durante muitos meses após o vírus ter deixado de ser um perigo generalizado, e esta hesitação em relação às atividades sociais ajudou e vai ajudar, a sustentar o impulso do e-commerce.
Em 2022, a eMarketer projeta que o comércio eletrónico irá crescer 11% e que a quota no total do comércio a retalho na China vai atingir 55,6%.
A história da Internet mostra que o sucesso é maior para as empresas que reúnem um vasto número de pessoas, nomeadamente aquelas que possuem uma base de dados. E nisso o Alibaba e a Amazon não facilitam.