Subida significativa nas yields na curva soberana portuguesa a partir dos 5 anos desde o nosso último comentário de 2016 (no dia 22 de dezembro). No momento em que escrevemos, a yield das obrigações do Tesouro a 10 anos encontra-se já acima de 4%, em máximos desde meados de 2014 (excluindo o brusco movimento de subida em fevereiro de 2016 para junto dos 4,50%). O comportamento da dívida pública portuguesa na parte mais longa da curva voltou a confirmar a tendência para ser observado um aumento de spreads num contexto de subida de yields.
A evolução positiva do sentimento para os ativos de risco (nomeadamente ações), a continuação de surpresas positivas nos indicadores económicos (em termos de crescimento económico e inflação) e o regresso das emissões em mercado primário com o final do período sazonal mais calmo (com o mercado à espera de uma maior concentração das emissões na parte mais longa da curva) pressionaram de uma forma geral o mercado de dívida do governos da Zona Euro neste início de 2017, após a descida nas yields observada durante o mês de dezembro.
Mantemos uma opinião cautelosa para dívida pública portuguesa, tendo em conta o atual ambiente macro mais positivo (que poderá continuar a ser incorporado pelo mercado), a redução no ritmo mensal de compras por parte do Banco Central Europeu e a expectativa de uma nova emissão a 10 anos (2027) por parte do IGCP em janeiro.
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