Por Goncalo Almeida
LISBOA, 14 Jun (Reuters) - O consórcio entre as petrolíferas italiana ENI ENI.MI e a portuguesa Galp GALP.LS vai ter de testar o furo de pesquisa ao largo de Aljezur, no Alentejo, para avaliar o potencial desta bacia inexplorada, antes de poder dar os próximos passos, disse fonte oficial do consórcio.
O jornal Expresso noticiou a 14 de Abril deste ano que toda a bacia marítima do Alentejo terá um volume potencialmente recuperável de petróleo entre os 1.000 e 1.500 milhões de barris, referindo estudos do consórcio.
No entanto, o consórcio diz ainda estar numa fase inicial.
"Estamos a testar uma bacia inexplorada e os resultados serão importantes para avaliar o potencial geral da bacia, se houver", disse fonte oficial do consórcio em declarações enviadas à Reuters por email.
Caso a perfuração em águas profundas seja bem sucedida, os próximos passos a ser dados são "avaliar o tamanho e as características geológicas do reservatório e do tipo de fluido para determinar o potencial da bacia, se houver", acrescentou a fonte.
O poço exploratório, que se encontra a mais de 46 quilómetros da costa e a uma profundidade de 1.000 metros, será iniciado a partir do dia 15 de Setembro deste ano.
"O consórcio iniciará os trabalhos sobre as actividades de planeamento necessárias para realizar as operações com segurança, nas condições estabelecidas pela Agência Portuguesa do Ambiente, que prevêem que o poço seja iniciado entre 15 de Setembro e concluído antes de 15 de Janeiro de 2019", acrescentou.
O consórcio é detido em 30 pct pela Galp e a italiana ENI detém os restantes 70 pct da parceria.
A APA-Agência Portuguesa do Ambiente decidiu dar luz verde à sondagem de pesquisa de petróleo na costa de Aljezur, medida criticada no Parlamento pelos partidos de esquerda PAN, PEV e Bloco de Esquerda.
Segundo a APA este programa de perfuração "foi desenhado para as condições do local verificadas e estimadas", acrescentando que "ocorre num período de tempo restrito e a prospeção é limitada no espaço".
Conclui que "não foi identificado qualquer ecossistema marinho vulnerável".
No entanto, segundo a lei, se o furo der positivo e o consórcio quiser passar à fase de exploração será obrigatória uma AIA-avaliação de impacto ambiental.
Depois do aval da APA, o Governo confirmou que o furo irá ocorrer devido aos contratos já firmados pelo Estado Português, destacando a importância do petróleo para o país, caso seja encontrado.
(Por Gonçalo Almeida Editado por Sérgio Gonçalves)