LISBOA, 21 Fev (Reuters) - A Galp Energia GALP.LS está a negociar com o Governo de Angola a possibilidade de novos investimentos na exploração de petróleo, num momento em que a produção naquele país africano está em "pesado declínio", disse Thore Kristiansen, Director Executivo da 'Exploração e Produção' da Galp.
"Em Angola, Kaombo (Bloco 32) será muito importante para nós, para garantir que somos capazes de recuperar a produção no país. Nesta altura Angola está em pesado declínio", disse o Director Executivo, numa apresentação aos investidores em Londres.
O lucro da Galp caiu 18 pct para 121 ME no quarto trimestre de 2016, pior que a média de expectativas dos analistas, penalizado por efeitos não recorrentes como imparidades em Angola. Bloco 14 está muito maduro e não estamos actualmente a perfurar quaisquer novos poços. Por isso, na verdade, espero que tenhamos até um declínio (de produção) de 25 pct no Bloco 14 este ano", disse Thore Kristiansen.
Acrescentou que neste Bloco 14 o foco é controlar os custos.
"Ao mesmo tempo estamos a discutir com o Governo quais serão os termos e condições de qualquer novo investimento. Vamos ver qual será o resultado disso", adiantou.
"Mas o Bloco 32 (...) vai estabilizar a nossa produção em Angola". Neste bloco, 14 de 59 poços previstos já foram perfurados.
A Galp tem previsto o início de produção de dois FPSOs em 2018 neste país africano. Um FPSO, Floating production, storage and offloading, é um navio, geralmente de grandes proporções, utilizado para a produção, processamento e armazenamento de crude.
PERFURA PORTUGAL
Procuramos continuamente oportunidades na margem do Atlântico onde deveremos participar em rondas de licenciamento e continuamente procuramos oportunidades 'inorgânicas'.
"Vamos possivelmente perfurar em Portugal pela primeira vez no próximo ano, no primeiro poço profundo 'offshore'. Vamos ver", adiantou Thore Kristiansen. "Vamos tentar identificar novas possibilidades de perfuração".
"Acreditamos que os dois MoUs que assinámos com a Statoil STL.OL e Petrobras PETR4.SA vão criar oportunidades de longo prazo para nós, no sentido de desenvolver o portfolio juntamente com estas duas companhias", disse, referindo-se aos acordos com as petrolíferas norueguesa e brasileira. (Por Daniel Alvarenga; Editado por Sérgio Gonçalves)