Investing.com - A Autoridade de Conduta Financeira (FCA) do Reino Unido publicou um estudo sobre o consumo sobre criptomoedas onde estima que um total de 2,3 milhões de britânicos têm criptomoedas, com a mediana a subir de £260 para £300.
O regulador disse que as atitudes em relação às moedas digitais mudaram; como as criptomoedas parecem ter-se tornado mais normalizadas, menos utilizadores consideram-nas como uma aposta (38%, contra 47% no inquérito anterior). "Esta é uma atitude financeira perigosa, dada a volatilidade das criptomoedas", disse a Analista Sénior de Investimento e Mercados da Hargreaves Lansdown (LON:HRGV), Susannah Streeter.
O que pode ser ainda mais preocupante para a FCA é a atitude descontraída dos investidores em relação aos seus avisos. Apenas um em cada dez dos inquiridos que tinham ouvido falar de criptomoedas disse ter conhecimento dos avisos aos consumidores no website da FCA. Desses, 44% disseram que os avisos não tiveram qualquer efeito nos seus planos de manter ou comprar moedas digitais. "Não é surpresa que a FCA tenha utilizado a publicação desta pesquisa como uma oportunidade para emitir um novo aviso de que as pessoas correm o risco de perder todo o seu dinheiro se negociarem em criptomoedas", acrescentou Streeter.
O inquérito também mostrou que 14% dos compradores de moedas criptográficas tinham contraído empréstimos para comprar estes ativos digitais. "O facto de 14% dos compradores de criptográficos terem contraído empréstimos para investir é simplesmente aterrador", disse a analista financeira da AJ Bell, Laith Khalaf. "A extrema volatilidade e as perspetivas incertas a longo prazo das criptos significam que as participações podem ser aniquiladas, deixando os mutuários sem nada a não ser a sua dívida como uma lembrança".
O inquérito mostrou que alguns investidores foram levados pelo " ‘fear of missing out" e cerca de 20% estavam a comprar criptomoedas em vez de outros ativos mais estáveis. Sem surpresa, Bitcoin é a opção mais popular entre aqueles que tinham investido em divisas criptográficas. O inquérito revelou que dois terços dos utilizadores possuem Bitcoin, 35% Ethereum, 21% Litecoin, 18% XRP e 15% Bitcoin Cash. O relatório vem numa altura em que existe um misto de sentimentos em relação às criptomoedas. A adoção institucional, que parecia estar a ganhar vida no início do ano, abrandou depois da Tesla dizer que deixaria de aceitar o Bitcoin devido a preocupações ambientais.
Os receios sobre o aumento da regulamentação global no espaço cripto continuam a manter os preços baixos, com a China a destruir o a atividade das criptomoedas e outros países podem seguir o exemplo. Por outro lado, El Salvador acaba de aprovar regulamentação que torna a Bitcoin legal no país e muitas grandes empresas e governos ainda estão a preparar os movimentos no espaço criptográfico.
É evidente que as moedas criptográficas estão aqui para ficar, mas a questão é saber que moedas vão sobreviver e que papel terão no ecossistema financeiro.