LISBOA, 21 Mai (Reuters) - A balança corrente de Portugal teve um défice de 1.591 milhões de euros (ME) no primeiro trimestre de 2019, face ao défice de 408 ME no período homólogo, com o défice da balança de bens e de rendimento primário a agravarem, segundo o Banco de Portugal (BP).
A balança corrente resulta da soma da balança comercial, com o investimento externo e transferências líquidas. Um valor positivo mostra que os activos de um país no estrangeiro aumentaram, e quando é negativo implica que a economia do país está a ser financiada por poupança externa.
O défice da balança de bens aumentou 1.245 ME para 4.320 ME, mas o excedente da balança de serviços cresceu 32 ME para 2.595 ME.
No primeiro trimestre de 2019, o saldo conjunto das balanças corrente e de capital piorou para -1.231 milhões de euros (ME), face aos -78 ME registados em período homólogo.
As exportações de bens e serviços cresceram 4,8% (4,1% nos bens e 6,4% nos serviços) e as importações aumentaram 10,5% (10,6% nos bens e 10,2% nos serviços).
O défice da balança de rendimento primário aumentou 113 ME relativamente ao período homólogo, para 492ME.
O Banco de Portugal explicou que "esta variação resultou da diminuição dos rendimentos recebidos do exterior, que foi parcialmente compensada pela diminuição dos juros pagos a entidades não residentes".
Até Março de 2019, o saldo da balança financeira registou uma redução dos activos líquidos de Portugal face ao exterior de 666 ME.
"É de destacar o aumento de passivos, com o investimento de não residentes em títulos de dívida pública portuguesa, e em sociedades não financeiras residentes", disse o BP.
Acrescentou que "esta evolução foi parcialmente compensada pelo aumento de activos, através do investimento dos bancos residentes em títulos de dívida emitidos por não residentes, e pela redução de passivos do Banco de Portugal junto do Eurosistema".
(Por Gonçalo Almeida Editado por Patrícia Vicente Rua)