LISBOA, 21 Jan (Reuters) - A balança corrente de Portugal registou um défice de 406 milhões de euros (ME) nos primeiros onze meses de 2019, face ao excedente de 1.525 ME um ano antes, devido a um aumento do défice da balança de bens e uma diminuição do excedente da balança de serviços, segundo dados do Banco de Portugal.
A balança corrente resulta da soma da balança comercial, com o investimento externo e transferências líquidas. Um valor positivo mostra que os activos de um país no estrangeiro aumentaram, e quando é negativo implica que a economia do país está a ser financiada por poupança externa.
"Até novembro de 2019, o saldo conjunto das balanças corrente e de capital fixou-se em 1.209 ME, o que compara com 3.415 ME em igual período de 2018", referiu o banco central.
Explicou que para a redução do saldo contribuíram todas as componentes, à exceção da balança de rendimento primário.
O défice da balança de bens aumentou 1.622 ME face ao homólogo e o excedente da balança de serviços diminuiu 507 ME.
Nos primeiros onze meses do ano, as exportações de bens e serviços cresceram 3,1%, dos quais 2,8% nos bens e 3,6% nos serviços, e as importações aumentaram 5,8%, das quais 4,7% nos bens e 11,1% nos serviços.
"O défice da balança de rendimento primário diminuiu 311 ME relativamente ao período homólogo, para -3.981 ME. Esta variação resultou, principalmente, da redução dos juros pagos a entidades não residentes", frisou.
Até novembro de 2019, o saldo da balança financeira registou um aumento dos ativos líquidos de Portugal face ao exterior no valor de 1.765 ME, sendo que para este resultado, contribuiu o investimento do setor financeiro, excepto Banco Central, em dívida pública emitida por países da União Monetária.
Em sentido contrário, é de salientar o investimento de não residentes em sociedades não financeiras residentes e em Obrigações do Tesouro emitidas por Portugal.
(Por Patrícia Vicente Rua; Editado por Sérgio Gonçalves)