LISBOA, 21 Nov (Reuters) - O défice da balança corrente de Portugal fixou-se em 923 milhões de euros (ME) nos primeiros nove meses de 2018, face a um valor positivo de 345 ME no período homólogo de 2017, segundo o Banco de Portugal.
Adiantou que, nos primeiros nove meses do ano, o saldo conjunto das balanças corrente e de capital fixou-se em 463 ME, que compara com 1.576 ME em igual período de 2017, realçando que para esta evolução contribuíram, sobretudo as balanças de bens e de rendimento primário.
"O défice da balança de rendimento primário cifrou-se em 5.206 ME (compara com 4.296 ME em igual período de 2017). Para este aumento do défice contribuiu o efeito conjunto da redução dos juros recebidos do exterior e do aumento dos dividendos pagos a entidades não residentes em Portugal", referiu.
Comparando com igual período de 2017, as balanças de bens e serviços tiveram evoluções distintas.
Explicou que o défice da balança de bens aumentou 1.465 ME, enquanto o excedente da balança de serviços cresceu 1.077 ME, essencialmente devido à rubrica de viagens e turismo, cujo saldo passou de 8.314 ME para 9.363 ME.
Até Setembro, as exportações de bens e serviços cresceram 6,9 pct, sendo o crescimento de 6,8 pct nos bens e 7,1 pct nos serviços. Por sua vez, as importações aumentaram 7,9 pct, dos quais 8,6 pct nos bens e 4,9 pct nos serviços.
Nos primeiros nove meses de 2018, o saldo da balança financeira registou um aumento dos activos líquidos de Portugal face ao exterior de 865 ME.
"Durante este período destacou-se a redução dos passivos do Banco de Portugal junto do Eurosistema e o aumento de activos do sector financeiro, com o investimento em títulos de dívida emitidos por não residentes", disse o Banco de Portugal.
Concluiu que "por outro lado, verificou-se um aumento dos passivos, principalmente pelo investimento de não residentes no capital das sociedades não financeiras residentes".
(Por Gonçalo Almeida Editado por Patrícia Vicente Rua)