LISBOA, 21 Ago (Reuters) - O défice da balança corrente de Portugal agravou-se 35% para 3.249 milhões de euros (ME) no primeiro semestre de 2019, já que a balança combinada de bens e serviços passou a ter um défice de 1.543 ME face ao excedente de 185 ME no período homólogo, segundo o Banco de Portugal ( BP (LON:BP)).
A balança corrente resulta da soma da balança comercial, com o investimento externo e transferências líquidas. Um valor positivo mostra que os activos de um país no estrangeiro aumentaram, e quando é negativo implica que a economia do país está a ser financiada por poupança externa.
"Em termos homólogos, o défice da balança de bens aumentou 1.727 ME e o excedente da balança de serviços não se alterou", referiu o Banco de Portugal.
Nos primeiros seis meses do ano, as exportações de bens e serviços cresceram 3,3%, dos quais 2,4% nos bens e 5,2% nos serviços, enquanto as importações aumentaram 7,3%, das quais 6,8% nos bens e 9,9% nos serviços.
"O défice da balança de rendimento primário reduziu-se em 404 ME relativamente ao período homólogo, para 3.207 ME. Esta variação resultou, principalmente, da redução dos juros pagos a entidades não residentes", explicou o banco central.
Até Junho de 2019, o saldo da balança financeira registou uma redução dos activos líquidos de Portugal, face ao exterior, de 2.169 ME.
"Essa evolução resultou do aumento dos passivos, e reflete o investimento de não residentes em sociedades não financeiras residentes e em obrigações do tesouro", referiu, frisando que "este efeito foi parcialmente compensado pelo aumento de ativos financeiros no exterior, com destaque para o investimento dos bancos residentes em títulos de dívida emitidos por não residentes".
(Por Patrícia Vicente Rua; Editado por Sérgio Gonçalves)