LISBOA, 17 Jul (Reuters) - O défice da balança corrente de Portugal alargou 67% para 3.146 milhões de euros (ME) nos primeiros cinco meses de 2019, com o agravamento do défice da balança de bens a penalizar, segundo o Banco de Portugal (BP).
A balança corrente resulta da soma da balança comercial, com o investimento externo e transferências líquidas. Um valor positivo mostra que os activos de um país no estrangeiro aumentaram, e quando é negativo implica que a economia do país está a ser financiada por poupança externa.
Em termos homólogos, o défice da balança de bens aumentou 1.901 ME e o excedente da balança de serviços diminuiu 25 ME.
"Até maio de 2019, o saldo conjunto das balanças corrente e de capital fixou-se em -2614 milhões de euros, o que compara com -1303 milhões de euros em igual período de 2018", frisou o banco central.
Nos primeiros cinco meses do ano, as exportações de bens e serviços cresceram 4,8%, dos quais 4,4% nos bens e 5,7% nos serviços, e as importações aumentaram 10,3%, das quais 10,2% referente aos bens e 11,2% aos serviços.
"O défice da balança de rendimento primário reduziu-se em 201 ME relativamente ao período homólogo, para 2.850 milhões de euros. Esta variação resultou, principalmente, da redução dos juros pagos a entidades não residentes", explicou o BP.
Até maio de 2019, o saldo da balança financeira registou uma redução dos ativos líquidos de Portugal face ao exterior de 2.197 milhões de euros.
O banco central explicou que os passivos aumentaram, refletindo o investimento de não residentes em títulos de dívida pública portuguesa e em sociedades não financeiras residentes.
Esta evolução foi parcialmente compensada pelo aumento de ativos financeiros no exterior, através do investimento dos bancos residentes em títulos de dívida emitidos por não residentes, e pela redução de depósitos de não residentes em bancos residentes.
(Por Patrícia Vicente Rua Editado por Gonçalo Almeida)