LISBOA, 18 Jan (Reuters) - A balança corrente de Portugal teve um superávit de 879 milhões de euros (ME) entre Janeiro e Novembro de 2016, uma queda homóloga de 7,8 pct, penalizada pelos rendimentos primários e secundários, cuja deterioração se sobrepôs à melhoria da balança de bens e serviços, disse o Banco de Portugal.
A balança corrente resulta da soma da balança comercial, com o investimento externo e transferências líquidas. Um valor negativo, ou seja, um défice, mostra que o país é devedor líquido face ao exterior.
Portugal registou excedentes da balança corrente desde 2013. Antes, o país tinha registado duas décadas de défices desta balança.
O saldo conjunto da balança corrente e de capital foi positivo em 2.213 ME, contra 2.768 ME no período homólogo.
"A redução foi determinada pelos saldos das balanças de rendimentos primário e secundário e da balança de capital, uma vez que o excedente na balança de bens e serviços aumentou 938 ME em relação ao mesmo período de 2015, para 4254 ME", explicou o Banco de Portugal.
Acrescentou que o défice da balança de rendimento primário aumentou "em resultado, sobretudo, do aumento dos rendimentos atribuídos a não residentes".
O saldo da balança de rendimento secundário, de 672 ME, inferior aos 1345 ME em igual período de 2015, é "explicado essencialmente pela diminuição das transferências recebidas do exterior".
Uma diminuição do excedente da balança de capital em 481 ME deveu-se à redução dos fundos provenientes da União Europeia.
Entre Janeiro e Novembro de 2016, o saldo da balança financeira registou um aumento dos ativos líquidos de Portugal sobre o exterior em 2848 ME.
O Banco de Portugal destacou a redução de passivos devido ao reembolso parcial antecipado dos empréstimos obtidos junto do FMI no âmbito do resgate. Adicionalmente, verificou-se uma amortização de obrigações do tesouro detidas parcialmente por não residentes. (Por Daniel Alvarenga; Editado por Sérgio Gonçalves)