Por Goncalo Almeida
LISBOA, 17 Mai (Reuters) - Os supervisores da banca em Portugal têm de continuar a garantir a redução do crédito malparado (NPL) em 2019, para que a saúde e eficiência operacional dos bancos continue a melhorar, segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI).
Na sua previsão para este ano, o FMI reafirmou também que o crescimento da economia portuguesa será de 1,7%, duas décimas abaixo da previsão do Governo, mas mantém-se optimista com a meta governamental do défice fixada nos 0,2% do Produto Interno Bruto.
"A saúde geral dos bancos melhorou significativamente, mas o crédito malparado e a baixa rentabilidade continuam a exigir atenção", disse o FMI, recomendando que "os supervisores garantam que se continue a reduzir as metas de NPL-'non perfoming loans' (...) para melhorar a eficiência operacional".
Alertou que, "apesar da diminuição de NPL, os bancos continuam a enfrentar desafios". Apesar do sistema bancário "ter registado lucros desde o início de 2017, os números continuam baixos face aos níveis pré-crise".
Em Junho de 2016 o rácio de malparado atingiu um máximo histórico de 17,9%, tendo descido para 9,4% em Dezembro de 2018, com um rácio de provisionamento acima de 50%, segundo dados do Banco de Portugal.
Sobre a meta do Governo para o défice de 2019, o FMI disse "parecer viável", apesar da "maior do que o orçamentada injeção de capital no Novo Banco através do mecanismo de capitalização contingente".
Acrescentou que "além disso, projecta-se que o défice seja eliminado em 2020, num cenário de políticas inalteradas".
MAIOR ESFORÇO PARA CORTAR DÍVIDA
O FMI adiantou que as autoridades portuguesas devem "considerar esforços orçamentais adicionais, agora e no próximo ano, para criar oportunidade para reduzir mais rapidamente a dívida pública ainda elevada e difereciando ainda mais Portugal de outros países elevadas dívidas".
"Essa oportunidade também ajudaria (Portugal) a preparar-se para pressões futuras sobre os gastos de uma população que está a envelhecer e para se proteger de adversidades imprevistas", acrescentou.
Recomendou então um adicional de 1% do PIB no saldo primário estrutural dos próximos dois anos, "aproveitando um ambiente ainda favorável, incluindo condições monetárias de apoio".
"No caso de uma desaceleração significativa da actividade económica, uma postura orçamental neutra seria apropriada, desde que o índice de dívida pública permaneça em trajetória descendente", disse.
(Por Gonçalo Almeida Editado por Sérgio Gonçalves)