LISBOA, 18 Dez (Reuters) - Mais pessoas mudaram-se para Portugal no ano passado do que aquelas que saíram, pela primeira vez desde 2010, quando a economia registou o seu maior crescimento em quase duas décadas, revelou na terça-feira um relatório do Observatório das Migrações.
Os números mostraram que os esforços para atrair estrangeiros, incluindo 'golden visas', isenções de impostos e um sector de tecnologia em expansão, estão a dar resultados. Mas o número de imigrantes ainda é pequeno demais para impedir que a população de Portugal diminuísse por causa do envelhecimento.
A população em Portugal está em forte declínio desde 2007, com o número de nascimentos a não conseguir compensar o número de mortes. Cerca de 21 pct dos habitantes do país têm mais de 65 anos, a quarta maior proporção na UE.
Atrair migrantes mais jovens, tanto estrangeiros como portugueses lá fora, para resolver o problema crescente tem sido uma das principais prioridades do governo desde que chegou ao poder em 2015.
O relatório mostrou que 36.639 pessoas mudaram-se para Portugal no ano passado, a maior número desde 2012, e 31.753 saíram, alterando o saldo para território positivo. Em 2016, 38.273 pessoas deixaram o país e 29.925 chegaram.
Em geral, a população de estrangeiros subiu para 421.711 no ano passado, em comparação com 397.731 no ano anterior. A maioria dos migrantes vem para Portugal do Brasil, Cabo Verde e Ucrânia. Mas o número de franceses, ingleses e italianos está a aumentar.
"Temos assistido a uma subida importante e significativa da imigração (portanto) é provável que a imigração deixe de ser parte do problema do défice demográfico, e passe a ser parte da solução", disse Rui Pires, coordenador do observatório.
O saldo natural de declínio da população de Portugal no ano passado - mortes menos nascimentos - foi de 23.432.
História completa em inglês (Reportagem de Catarina Demony Traduzido para português por Catarina Demony Editado em português por Sérgio Gonçalves)