LONDRES, 12 Mar (Reuters) - As 'yields' das obrigações dos países do Sul da Europa dispararam na quinta-feira, as acções da área do euro caminham para o pior dia de sempre e o euro afundou, com os mercados a expressarem o seu desapontamento com as medidas de flexibilização do Banco Central Europeu para conter as consequências do coronavírus.
Um comentário da chefe do BCE, Christine Lagarde, de que o banco central não estava lá para "fechar spreads" atingiu com especial força os mercados de obrigações governamentais periféricos.
A 'yield' das obrigações italianas a 10 anos subiu quase 60 pontos base no dia para o seu nível mais alto desde Julho, em cerca de 1,88% IT10YT=RR - estando a caminho do seu maior salto diário desde o auge da crise da dívida da Zona Euro em 2011.
A diferença entre os rendimentos dos títulos italianos e alemães a 10 anos DE10IT10=RR foi a maior desde Junho, em cerca de 261 bps.
A diferença entre a taxa de rendimento das obrigações portuguesas e alemãs subiu para 145 bps DE10PT10=RR - a maior em mais de um ano, enquanto as taxas de rendimento portuguesas e espanholas preparam-se para o maior salto diário desde 2016, com subidas de 17-30 bps.
"A parte chave foi: 'não estamos aqui para fechar spreads', isso é mais ou menos o oposto de 'o que for preciso' de Draghi", disse o estratega de taxas do Rabobank Lyn Graham-Taylor, referindo-se ao ex-chefe do BCE, Mario Draghi.
"Para nós, [se eles pedem] uma resposta orçamental diante de uma grave crise económica, sem qualquer mutualização da dívida, basta vender periféricos o dia inteiro".
Texto integral em inglês: Dhara Ranasinghe e Yoruk Bahceli; Traduzido para português por Patrícia Vicente Rua)