Grupo Renault (PA:RENA) com o maior prejuízo de sempre. O construtor francês apresentou esta sexta-feira as contas de 2020. Mais de 8 mil milhões de euros de perdas - se quisermos estabelecer um paralelo, corresponde a metade do valor do pacote financeiro que Bruxelas aprovou para apoiar a recuperação em Portugal.
Mais de metade das perdas da Renault são imputadas à Nissan - 4970 milhões de euros. São números que ultrapassam as piores previsões dos analistas, num grupo que já tinha fechado o ano de 2019 no vermelho. Na altura, a derrapagem era ainda vista como consequência da prisão de Carlos Ghosn, que tinha liderado o negócio que levou a Renault a comprar 43% da Nissan.
Luca de Meo, diretor executivo do construtor francês de automóveis, anunciou o plano de recuperação da empresa. Chamou-lhe "Renaulution" e pode levar ao corte de quase 15 mil empregos.
2020 foi um ano negro para a indústria automóvel. No segmento de ligeiros de passageiros a quebra global de vendas na União Europeia foi de 23,7%.
Dados da Associação Europeia de Construtores Automóveis Euronews
2021 não dá ainda sinais de recuperação. O mercado automóvel fechou janeiro com quebras face ao mesmo período do ano passado. O construtor francês foi o terceiro mais afetado. A Nissan fecha o top 10.
A associação europeia de construtores espera que o resto do ano contrarie a tendência e marque a recuperação do impacto da pandemia. Está prevista uma recuperação de 10% das vendas perdidas no ano passado.