* Luis de Guindos diz recuperação zona euro ganha força
* Pede atenção risco bolhas crédito, divergência competitividade
Por Daniel Alvarenga
LISBOA, 24 Jan (Reuters) - O Ministro da Economia de Espanha quer a rápida conclusão da União Bancária, alertando que o pesado calendário de eleições na Europa em 2017 não pode atrasar cruciais decisões sobre a construção do projecto europeu.
"O euro é não só um projecto económico, mas também político. Uma das lições do Referendo no Reino Unido é que o projecto europeu tem de avançar com uma visão mais global, não só dando atenção à zona euro, mas providenciar progresso para toda a União Europeia", disse Luis de Guindos, num discurso em Lisboa.
"Temos de ter em consideração que o pesado calendário eleitoral na Europa poderá complicar os processos de decisão no curto prazo, mas as soluções não se podem atrasar".
França, Alemanha e Holanda são apenas alguns dos países que têm importantes sufrágios agendados nos próximos meses. Itália poderá também contar com eleições antecipadas.
"Uma questão pendente é (finalizar) o mecanismo comum de seguro de depósitos para ajudar a quebrar a ligação entre bancos e soberanos", frisou Luis de Guindos.
"Precisamos de passar do actual esquema nacional de garantias de depósitos para um que garanta os direitos em toda a união bancária".
O Ministro da Economia de Espanha disse que a recuperação da zona euro está a ganhar força e que a confiança voltou.
"As condições financeiras melhoraram, com os 'yields' da dívida soberana em mínimos históricos. As performances das economias portuguesa e espanhola exemplificam bem isto", referiu, acrescentando que os dois países executaram ambiciosas reformas.
"Estamos numa posição muito melhor para confrontar os desafios futuros que ainda temos pela frente (...) o Brexit, o pesado calendário eleitoral europeu, a ascenção do populismo (...)".
Acrescentou que a incerteza em torno do sucesso das reformas estruturais deve ser destacado como um dos principais riscos para a União Europeia.
"Divergências de competitividade e o aparecimento de bolhas de crédito têm de ser monitorizadas de forma muito próxima", conclui Luis de Guindos. (Editado por Sérgio Gonçalves)