(Texto atualizado com mais informações)
SÃO PAULO, 14 Jan (Reuters) - O dólar emendava a terceira queda nesta quinta-feira, com investidores dando sequência a um movimento de retirada de prêmio de risco depois das fortes altas da primeira semana do ano, com o real beneficiado nesta sessão por expectativas de mais estímulos nos Estados Unidos.
Às 9h42, o dólar spot BRBY caía 0,90%, a 5,2640 reais na venda.
Na véspera, a moeda recuou 0,16%, depois de na terça-feira, despencar 3,32%, maior queda em dois anos e meio. A correção veio após a cotação saltar 6,01% nas seis primeiras sessões de 2021, pior início de ano desde pelo menos 2003.
Segundo Henrique Esteter, analista de research da Guide, o dia é de ânimo nos mercados mundiais, após notícia da CNN de que o estímulo proposto pelo futuro governo Joe Biden ficará em torno de 2 trilhões de dólares.
Pares do real, como peso mexicano MXN= , rand sul-africano ZAR= , lira turca TRY= e dólar australiano AUD= , se valorizavam.
O dólar entrou em rota descendente no mundo, em queda de 13,4% entre a máxima de março e a mínima deste mês, puxado pelo anúncio de massivos estímulos por bancos centrais e governos globais para enfrentamento da pandemia.
Aqui, analistas comentavam ainda como fator negativo ao dólar perspectiva de início de vacinação contra a Covid-19 no país.
Contudo, a dinâmica do mercado de câmbio segue frágil, com analistas ainda citando preocupações de ordem fiscal e com os rumos da agenda de reformas como elemento a deprimir o real. O ruído sobre a possibilidade de demissão do presidente do Banco do Brasil BBAS3.SA , André Brandão, se somou aos receios. o mercado é uma notícia ruim, porque demonstra que não há nenhuma disposição de Bolsonaro para retirada das estatais, ou seja, de privatização. Nesse processo, a questão fiscal pode ficar de lado", disse Jason Vieira, economista-chefe da Infinity Asset. (Por José de Castro; Edição de Camila Moreira)