(Texto atualizado com mais informações)
Por José de Castro
SÃO PAULO, 29 Jul (Reuters) - O dólar fechou em alta ante o real nesta quarta-feira, depois de cair 0,8% na mínima, tomando fôlego na parte da tarde após o banco central dos Estados Unidos manter os juros, mas sem indicar uma política monetária ainda mais acomodatícia.
O dólar à vista BRBY subiu 0,29%, a 5,1723 reais na venda.
A moeda oscilou entre 5,185 reais (+0,54%) e 5,1155 reais (-0,81%).
Na B3, o dólar futuro DOLc1 tinha valorização de 0,55%, a 5,1785 reais, às 17h13.
No exterior, o índice do dólar frente a uma cesta de moedas =USD chegou a renovar a mínima em dois anos logo após o início da fala de Jerome Powell, chair do Fed, mas rapidamente recobrou forças à medida que o comandante do BC dos EUA não fazia novos anúncios.
Powell disse que o salto em casos de coronavírus nos Estados Unidos e as restrições que visam contê-lo começaram a pesar na recuperação econômica e repetiu promessa de manter os juros baixos e recorrer a todas as ferramentas para apoiar a economia. vi nada que tenha fugido do script", disse Daniel Herrera, analista da Toro Investimentos. "O Fed abriu a caixa inteira de ferramentas, colocando tudo à disposição, mas a atuação monetária tem um limite, e o impulso agora só deve vir mesmo do lado fiscal", acrescentou.
Ele se referiu a novo pacote no valor de 1 trilhão de dólares para ajudar a amenizar efeitos do coronavírus, que segue em impasse no Congresso dos EUA.
Passada a decisão de política monetária nos EUA e com o mercado ainda monitorando os desdobramentos das negociações sobre estímulos nos EUA, analistas se voltam cada vez mais também para a sinalização de juros no Brasil, conforme se aproxima a reunião do Copom da semana que vem.
Analistas do Citi (NYSE:C) veem agora como mais provável cenário de corte de 0,25 ponto percentual na taxa Selic, para nova mínima recorde de 2,00% ao ano. Eles citam que o real até desvalorizou desde a última reunião (em meados de junho), mas apenas "marginalmente".
Herrera, da Toro, disse que o risco de um BC mais "dovish" (propenso a corte de juros) pode pressionar o real. "Esperamos corte de 0,25 ponto e precisamos ver a decisão e aguardar a ata, num contexto em que os dados de inflação têm surpreendido para baixo", afirmou. (Edição de Isabel Versiani)