Poupe 40%
🔥 A estratégia de ações escolhidas por IA, Titãs da tecnologia, subiu +7,1% em maio. Junte-se à ação com as ações EM ALTA.Poupe 40%

CÂMBIO-Dólar reduz alta após BC fazer maior venda de moeda à vista em 4 meses, mas receio fiscal permanece

Publicado 20.08.2020, 21:20
© Reuters.
USD/TRY
-
USD/BRL
-
BVSP
-

(Texto atualizado com mais informações)

Por José de Castro

SÃO PAULO, 20 Ago (Reuters) - O dólar renovou máxima em três meses frente ao real nesta quinta-feira, dia de intensa pressão nos ativos financeiros brasileiros em meio a temores sobre o futuro das contas públicas do país depois de o Senado Federal ter imposto derrota ao governo, com todas as atenções agora voltadas para a Câmara dos Deputados.

O Senado derrubou na quarta-feira veto presidencial a projeto sobre reajuste salarial a categorias do serviço público durante a pandemia de Covid-19, movimento classificado pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, como um "péssimo sinal". presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), defendeu nesta quinta-feira a manutenção do veto do presidente Jair Bolsonaro. Os deputados votarão pela manutenção ou derrubada no veto em sessão ainda nesta quinta.

De acordo com cálculos do Ministério da Economia, uma eventual derrubada do veto pode gerar perdas de até 120 bilhões de reais.

Além da deterioração adicional das contas públicas num cenário fiscal já apertado e com mais gastos contratados para este ano devido, entre outras medidas, à esperada extensão do auxílio emergencial, o temor do mercado é que um endosso pela Câmara à decisão do Senado enfraqueça ainda mais a posição do ministro da Economia, o que poderia realimentar especulações sobre eventual saída dele do posto.

"Hoje é o dia de vermos se de fato existe acordão entre o Executivo e o centrão... A bola está com o centrão... Se (os deputados) derrubarem o veto, não sobra nada para Paulo Guedes", disse um profissional do mercado financeiro em São Paulo.

Anúncio de terceiros. Não é uma oferta, nem recomendação da Investing.com. Ver declaração aqui ou remover anúncios .

Guedes tem estado sob intensa pressão nas últimas semanas, quando dois de seus mais importantes auxiliares pediram demissão alegando insatisfação com o andamento das privatizações e da reforma administrativa. O ministro expôs tensões com alguns colegas da equipe ministerial de Bolsonaro e até mesmo com o presidente da República.

Diante de fortes rumores sobre risco de saída do ministro do governo, Guedes e Bolsonaro tentaram acalmar os ânimos do mercado e esfriar boatos sobre eventual queda do chefe da Economia.

Em um cenário no qual a Câmara não contrarie a decisão do Senado sobre a derrubada do veto do presidente da República, "já estamos vislumbrando a possibilidade de ver um dólar acima de 6,00 reais", disse Fernando Bergallo, sócio da FB Capital, acrescentando que "a situação fiscal do país se deteriora muito (nesse caso)... pois mostraria que o Congresso não está alinhado com a agenda liberal do Ministério da Economia".

O dólar se aproximou de 6 reais em meados de maio.

A tensão fiscal afetou de forma ampla os mercados brasileiros nesta sessão. As taxas de juros futuros da B3 0#DIJ: de prazos mais longos chegaram a disparar quase 20 pontos-base, enquanto o Ibovespa .BVSP caiu 1,71% na mínima da sessão, para 99.131,40 mil pontos. No fim da tarde, esses mercados melhoraram o sinal, assim como o de dólar, diante de esperança de que a Câmara mantenha o veto.

No pico intradiário, alcançado perto das 11h, o dólar saltou 2,59%, a 5,674 reais, mas deixou essa máxima depois de o Banco Central vender 1,140 bilhão de dólares em dois leilões de moeda à vista nesta sessão. Na véspera, o BC fez oferta líquida de swap cambial, operação retomada na semana passada após cerca de três meses de pausa.

Anúncio de terceiros. Não é uma oferta, nem recomendação da Investing.com. Ver declaração aqui ou remover anúncios .

O volume de dólar à vista vendido nesta quinta é o maior para um dia desde 24 de abril, quando a autoridade monetária injetou 2,175 bilhões de dólares em quatro operações de venda de moeda spot.

Na mínima do dia, atingida perto do fim da sessão, o dólar foi a 5,544 reais, leve alta de 0,24%.

No fechamento, a cotação valorizou-se 0,42%, a 5,554 reais na venda. É o maior patamar desde 22 de maio, quando a moeda encerrou a 5,5739 reais.

"O BC fez certo. Quando começa a intervir, não pode tirar o pé, tem que pôr algum medo. Senão, passa a mensagem que a munição é limitada e o efeito acaba sendo o contrário", disse Sergio Goldenstein, que já chefiou o Departamento de Operações de Mercado Aberto do Banco Central.

O presidente do BC, Roberto Campos Neto, participou de evento nesta quinta, mas não comentou sobre câmbio ou o comportamento dos mercados neste pregão.

O fato é que o real voltou a ser, com folga, a moeda mais volátil entre seus principais rivais emergentes.

A volatilidade implícita nas opções de dólar/real para três meses BRL3MO= --uma medida da incerteza atribuída ao cenário para a moeda brasileira-- saltava a 21,6% nesta quinta, superando a volatilidade implícita da lira turca TRY3MO= (19,4%). A moeda da Turquia TRY= vem renovando mínimas recordes e sofre com baixo volume de reservas internacionais e inflação persistentemente alta. (Edição de Isabel Versiani)

Últimos comentários

Divulgação de riscos: A realização de transações com instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve altos riscos, incluindo o risco de perda de uma parte ou da totalidade do valor do investimento, e pode não ser adequada para todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos tais como eventos financeiros, regulamentares ou políticos. A realização de transações com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir realizar transações com instrumentos financeiros ou criptomoedas, deve informar-se sobre os riscos e custos associados à realização de transações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente os seus objetivos de investimento, nível de experiência e nível de risco aceitável, e procurar aconselhamento profissional quando este é necessário.
A Fusion Media gostaria de recordar os seus utilizadores de que os dados contidos neste website não são necessariamente fornecidos em tempo real ou exatos. Os dados e preços apresentados neste website não são necessariamente fornecidos por quaisquer mercados ou bolsas de valores, mas podem ser fornecidos por formadores de mercados. Como tal, os preços podem não ser exatos e podem ser diferentes dos preços efetivos em determinados mercados, o que significa que os preços são indicativos e inapropriados para a realização de transações nos mercados. A Fusion Media e qualquer fornecedor dos dados contidos neste website não aceitam a imputação de responsabilidade por quaisquer perdas ou danos resultantes das transações realizadas pelos seus utilizadores, ou pela confiança que os seus utilizadores depositam nas informações contidas neste website.
É proibido usar, armazenar, reproduzir, mostrar, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos neste website sem a autorização prévia e explicitamente concedida por escrito pela Fusion Media e/ou pelo fornecedor de dados. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados pelos fornecedores e/ou pela bolsa de valores responsável pelo fornecimento dos dados contidos neste website.
A Fusion Media pode ser indemnizada pelos anunciantes publicitários apresentados neste website, com base na interação dos seus utilizadores com os anúncios publicitários ou com os anunciantes publicitários.
A versão em inglês deste acordo é a versão principal, a qual prevalece sempre que há qualquer discrepância entre a versão em inglês e a versão em português.
© 2007-2024 - Fusion Media Limited. Todos os direitos reservados.