(Texto atualizado com mais informações)
Por Luana Maria Benedito
SÃO PAULO, 30 Jan (Reuters) - O dólar acelerava o rali a mais de 1% contra o real nesta quinta-feira, sendo negociado acima de 4,26 reais pela primeira vez em mais de dois meses e chegando a superar o patamar de 4,27 reais, em dia marcado pela cautela global em relação ao surto de coronavírus na China e seu possível impacto econômico.
O número de mortes causadas pela epidemia chinesa já chegou a 170, com mais de 8 mil casos confirmados no país, o que levou autoridades a restringir viagens e empresas a suspender parte de suas atividades.
Em todo o mundo, investidores temiam as consequências do surto de coronavírus para o crescimento da segunda maior economia do mundo, o que impulsionava o dólar contra boa parte das divisas arriscadas, como peso mexicano MXN= , lira turca TRY= , dólar australiano AUD= e iene chinês CNH= .
"Hoje se destaca o fator externo; há um clima pessimista lá fora, pesando de forma incerta com preocupações sobre a China", disse Silvio Campos Neto, economista da Tendências Consultoria.
Cleber Alessie Machado, operador da Commcor, disse que "o mercado ensaiou melhora, mas a partir do final da sessão de ontem e de hoje retorna a aversão a risco". "Com esse cenário externo e sem expectativa de fluxo estrangeiro, o dólar pode voltar a superar os patamares próximos a 4,30 vistos no ano passado", afirmou.
No cenário doméstico, o Banco Central anunciou no início da noite de quarta-feira que realizará leilão de swap tradicional na segunda-feira para rolagem do vencimento de 1º de abril. No entanto, segundo Machado, não houve grande reação dos mercados a essa atuação da autoridade monetária.
"Essa é só uma forma de o BC estar presente na ponta vendedora. É uma forma de voltar a estar no mercado, já que o Banco Central tinha saído de cena no final do ano passado e ao longo deste mês", disse.
Às 13:25, o dólar BRBY avançava 1,09%, a 4,2651 reais na venda. Na máxima do dia, a divisa norte-americana tocou 4,2733 reais, maior patamar desde 26 de dezembro.
Neste pregão, o contrato mais líquido de dólar futuro DOLc1 operava em alta de 0,83%, a 4,2660 reais. (Edição de Camila Moreira, Maria Pia Palermo e Isabel Versiani)