(Texto atualizado com mais informações)
Por José de Castro
SÃO PAULO, 5 Set (Reuters) - O dólar caía a mínimas em cerca de duas semanas nesta quinta-feira, em baixa pelo terceiro pregão consecutivo, o que não ocorria desde julho, na esteira do otimismo externo após notícia de que EUA e China retomarão negociações comerciais de alto nível renovar expectativas de resolução para a guerra comercial travada entre as duas maiores economias do mundo.
Às 10:22, o dólar BRBY recuava 0,52%, a 4,0837 reais na venda.
Na mínima, a cotação bateu 4,0726 reais na venda, no piso intradiário desde 23 de agosto.
Na véspera, a cotação recuou 1,79%, a 4,1051 reais na venda, maior baixa percentual diária desde 8 de outubro de 2018 (-2,35%).
Na B3, o dólar futuro DOLc1 cedia 0,27%, a 4,0900 reais.
Se o dólar fechar em queda nesta sessão, será a terceira baixa consecutiva, o que ocorreu pela última vez entre 10 e 12 de julho.
O mercado ajustava o câmbio de olho no clima favorável a risco percebido no exterior. China e Estados Unidos concordaram nesta quinta-feira em realizar negociações comerciais de alto nível no início de outubro em Washington, em meio a temores de que uma crescente guerra comercial possa desencadear uma recessão econômica global. dólar caía frente a uma cesta de moedas .DXY e também contra várias divisas emergentes, como peso mexicano MXN= e peso colombiano COP= .
Há pouco, o Banco Central informou que vendeu ao mercado todos os 580 milhões de dólares ofertados em moeda à vista. Em operação simultânea, colocou o lote integral de 11.600 contratos de swap cambial reverso.
Em evento em Brasília, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, disse nesta manhã que as intervenções cambiais visam dar estabilidade ao mercado. de um conturbado mês de agosto, no qual o real sofreu a maior depreciação mensal desde 2015, o Goldman Sachs (NYSE:GS) acredita em algum espaço de recuperação para a divisa brasileira.
"Contudo, a significativa ligação macroeconômica entre Brasil e Argentina... continua a sugerir potencial para alguma fraqueza nos ativos (brasileiros) caso riscos de cauda na Argentina se materializem", afirmaram profissionais do banco em nota a clientes.
Pesquisa Reuters divulgada na quarta-feira mostrou que o real deverá se valorizar ante os patamares atuais nos próximos 12 meses, mas menos que o esperado anteriormente, em parte pela crise na Argentina e pela expectativa de queda de juros pelo Banco Central. (Edição de Paula Arend Laier)