Por Tom Finn
LONDRES, 16 Mai (Reuters) - O euro chegou ao menor nível em cinco meses nesta quarta-feira após notícias de que um possível governo futuro da Itália buscaria perdão da dívida junto ao Banco Central Europeu (BCE) e com o dólar retomando a alta.
Às 08:22 (horário de Brasília), o euro EUR= tinha queda de 0,39 por cento, a 1,1790 dólar, depois de ter chegando ao menor nível desde dezembro de 1,1783 dólar após surgirem notícias de que os partidos Movimento 5 estrelas e Liga planejam pedir ao BCE que perdoe 250 bilhões de euros da dívida italiana.
Inicialmente a moeda única havia dado de ombros à notícia da Itália, mas com o dólar retomando o movimento de alta o euro sucumbiu às pressões de vendas.
"Uma vez formado o governo italiano, o mercado estará interessado em conhecer os detalhes da política fiscal. Será que eles realmente vão pressionar por esse movimento do BCE? Esse é o grande ponto de interrogação", disse Alvin Tan, estrategista de câmbio do Société Générale (PA:SOGN).
O declínio da moeda única nesta quarta-feira era ajudado também pelo ressurgimento do dólar, que atingiu máxima de cinco meses sustentado por ganhos nos rendimentos dos Treasuries de longo prazo.
O dólar avançava 0,29 por cento contra uma cesta de moedas .DXY , a 93,487
A moeda norte-americana tem subido desde meados de abril e recuperou a maior parte de suas perdas de 2018 após uma reavaliação da trajetória da política monetária dos Estados Unidos em relação a outros países.
O rali do dólar parou na semana passada depois de dados de inflação de abril nos EUA mais fracos do que o esperado, mas a moeda voltou a subir na terça-feira, quando os fortes números de gastos dos consumidores norte-americanos elevaram os rendimentos dos títulos de 10 anos dos EUA US10YT=RR , atingindo o pico de 3,095 por cento.
"Hoje pode haver uma repetição de ontem. O momento certamente parece sustentar mais um avanço do dólar já que há pouco para impedir que a rentabilidade dos Treasuries de 10 anos suba para 3,20 por cento", disse Viraj Patel, estrategista de câmbio no ING.
(Por Tom Finn)