LISBOA, 26 Out (Reuters) - A Bolsa de Lisboa .PSI20 desce 0,3 pct, com a queda das acções da Galp Energia GALP.LS a espelhar a pressão que os preços do petróleo está a provocar nos mercados accionistas europeus, segundo dealers.
* Os preços do petróleo descem pelo terceiro dia, aproximando-se dos 50 dólares por barril pela primeira vez em três semanas, com os investidores cada vez mais cépticos que os membros da OPEP concordem em reduzir a produção e dado que 'stocks' norte-americanos tiveram um surpreendente grande aumento.
O Iraque, o segundo maior membro da OPEP, não quer participar no proposto corte de produção que o cartel disse vai aprovar em reunião ordinária em Viena no próximo mês.
Os stocks de crude nos Estados Unidos subiram 4,8 milhões de euros para 471,9 milhões de barris na semana passada, segundo o American Petroleum Institute, face a um aumento de 1,7 milhões previsto pelos analistas.
Os futuros do Brent LCOc1 caem 1,59 pct para 49,98 dólares o barril.
* O índice pan-europeu Stoxx600 .STOXX cai 0,8 pct, pressionado também por resultados mistos no sector bancario, perdas no sector de extracção mineira e sinais fracos sobre a economia alemã.
* A mineira britânica Antofagasta (LON:ANTO) ANTO.LS tomba 7,4 pct após ter avisado que a produção de cobre este ano ficará no limite mais baixo do 'guidance'.
* O sentimento entre os consumidores alemães piorou em Outubro para o nível mais baixo desde Abril deste ano, segundo os dados de um inquérito divulgados esta quarta-feira, ligando a descida a receios que um enfraquecimento da economia global penalize o crescimento alemão.
O indicador sobre o sentimento dos consumidores, publicado pelo instituto GFK, sedeado em Nuremberga, que questiona cerca de 2.000 alemães, caiu para 9,7, comparado com a previsão média de uma leitura estável nos 10, segundo uma Poll da Reuters.
* Em Lisboa, a 'oil&gas' Galp cai 1,25 pct.
* Pressão adicional da Jerónimo Martins JMT.LS e da telecom NOS NOS.LS , com descidas de 0,67 pct e 1,10 pct.
* Na banca, o Millennium bcp BCP.LS prolonga as quedas desta semana e recua 0,8 pct, enquanto o BPI BBPI.LS , que apresenta resultado após o fecho, sobe 0,35 pct,
O Haitong prevê que o lucro do BPI caia 25 pct no terceiro trimestre, em termos homólogos, para 56 milhões de euros (ME), contabilizando vários efeitos extraordinários, mas dando boas indicações sobre a tendência operacional, particularmente o lucro antes de provisões em Portugal.
"Esperamos que o BPI consolide o seu bom momento de 'profit&loss' já mostrado no segundo trimestre", disseram os analistas do Haitong.
Salientaram que o lucro deverá ficar 6 pct abaixo do registado no trimestre anterior.
"No entanto, a comparação em termos do 'bottom line' é afectada por vários items não-recorrentes no segundo trimestre deste ano e que tiveram um impacto positivo".
* A EDP (SA:ENBR3) EDP.LS sobe 0,17 pct. A venda de mais 100 milhões de euros (ME) de défice tarifário da empresa é positiva, permitindo reduzir o endividamento e diminuir as necessidades de fundo de maneio, disse o Caixa Banco de Investimento.
Ontem, a EDP anunciou que acordou a venda de 100 ME do défice tarifário de 2016, que "resultou do diferimento por 5 anos da recuperação do sobrecusto de 2016 com a aquisição de energia aos produtores em regime especial".
* A Navigator NVGR.LS lidera as subidas, com um ganho de 1 pct.
A empresa apresenta resultados antes da abertura amanhã.
O lucro líquido terá subido 11 pct no terceiro trimestre de 2016, beneficiando de uma comparação favorável com o período homólogo, quando teve custos financeiros não-recorrentes, mas o EBITDA deverá recuar 14 pct, pressionado por quedas nos preços do papel e da pasta, segundo analistas.
A média das estimativas dos três analistas consultados pela Reuters aponta para que o lucro da empresa tenha subido para para 46 milhões de euros (ME), de 41,5 ME no ano passado.
* No mercado de dívida a taxa das Obrigações do Tesouro portuguesas sobe 2 pontos base (pb) para 3,22 pct, mas o desempenho é melhor do que o das pares da perifiria da zona euro, após Portugal ter realizado um leilão bem-sucedido.
A equivalente espanhola agraca 4 pb e a italiana 7 pb.
* Portugal colocou o montante máximo previsto de 1.000 ME num leilão de Obrigações a cinco anos, com a taxa a descer face ao leilão anterior e ao secundário, após o soberano ter passado o crucial teste da manutenção de 'rating' pela DBRS.
O IGCP-Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública informou que a taxa de colocação situou-se em 1.751 pct, contra 1,87 pct num leilão no final de Agosto.
No mercado secundário, a taxa das OT a cinco negoceia estável nos 1,82 pct.
"Portugal, neste leilão, acaba por tirar partido da descida das taxas que teve nos últimos dias, à boleia da manutenção do rating e outlook por parte da DBRS. O leilão acaba por ser um sucesso e saiu em linha com o secundário", referiu Filipe Silva, gestor de dívida no Banco Carregosa, no Porto. (Por Shrikesh Laxmidas, editado por Sérgio Gonçalves)