Por Claudia Violante
SÃO PAULO, 19 Jul (Reuters) - O dólar fechou em queda nesta quarta-feira, já abaixo do patamar de 3,15 reais, influenciado pela expectativa de ingresso de recursos externos e ainda em meio ao ambiente político doméstico mais calmo.
O dólar BRBY recuou 0,19 por cento, a 3,1493 reais na venda, já acumulando no mês queda de 4,94 por cento.
Na mínima do dia, a moeda norte-americana marcou 3,1450 reais. O dólar futuro DOLc1 tinha queda de cerca de 0,25 por cento no final da tarde.
"Os IPOs têm ajudado no ingresso de recursos", afirmou o analista da Clear Corretora, Raphael Figueredo, acrescentando que está havendo movimento global de menor aversão ao risco que favorece países emergentes como o Brasil.
Na véspera, o Carrefour (PA:CARR) Brasil fez sua oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês), movimentando 5,125 bilhões de reais. Na sexta-feira, deve sair a precificação da Biotoscana Investments e ainda estão na lista para abertura de capital a empresa de tecnologia Tivit Terceirização de Processos, a operadora de planos de saúde Notre Dame, a resseguradora IRB Brasil e a geradora de energia Ômega. disso, o ambiente político mais tranquilo com o recesso parlamentar dava uma trégua para os investidores, que também percebiam certo alívio nas relações entre o presidente Michel Temer e o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), após jantar entre os dois na véspera, em meio à polêmica sobre tentativas de ambos cooptarem deputados da bancada do PSB para seus respectivos partidos. enfrenta denúncia por crime de corrupção passiva, cujo andamento terá de receber o aval da Câmara. O mercado continuava apostando que, com ou sem o presidente, a agenda de reformas deverá prosseguir, uma vez que a atual equipe econômica poderia continuar mesmo com outro assumindo a Presidência do país. Na linha sucessória, está Maia.
Mesmo sem condições políticas de tocar a reforma da Previdência na Câmara dos Deputados antes de resolver a crise causada pela denúncia contra Temer, o Palácio do Planalto decidiu investir na reforma tributária, que não exige mudanças constitucionais e tem potencial para criar boas notícias para o governo mais rapidamente. exterior, os mercados também deram suporte para o clima mais positivo para moedas de países emergentes, com apostas de que o Federal Reserve, banco central norte-americano, não deve elevar tanto os juros da maior economia do mundo, movimento que aumentaria o potencial para atrair recursos aplicados hoje em outras praças, como a brasileira.
Além disso, os investidores estavam à espera das reuniões de política monetária do Banco do Japão e do Banco Central Europeu (BCE), no dia seguinte.
O Banco Central brasileiro vendeu integralmente a oferta de até 8,3 mil swaps cambiais tradicionais --equivalentes à venda futura de dólares-- para rolagem dos contratos que vencem em agosto. Com isso, já rolou 3,320 bilhões de dólares do total de 6,181 bilhões de dólares que vence no mês que vem. (Edição de Patrícia Duarte)