Investing.com – Em dia de apresentação de dados económicos de vários países da Europa, a bolsa de Lisboa acentuou a tendência de perdas instalada desde o início da jornada e fechou a ceder 1,05% para os 5.696,64 pontos, com 18 cotadas em baixa e duas inalteradas.
O comportamento está em linha com o verificado entre as praças de referência do velho continente, que também atingiram quedas superiores a 1%.
Por cá foram os títulos da Portugal Telecom que mais pressionaram o PSI 20. As ações da PT regrediram 3,7% para os 2,812 euros. Ainda no setor das telecomunicações, os papéis da Zon Multimédia cederam 0,18% para cotar nos 4,35 euros e os da Sonaecom recuaram 1,86% para 1,74 euros.
O setor energético também fechou no “vermelho”, com a subsidiária EDP Renováveis em destaque com um tombo de 1,27% para os 3,821 euros por ação. Os títulos da casa mãe regrediram 1,09% para os 2,634 euros enquanto os papéis da Galp desvalorizaram 0,16% para os 12,5 euros.
A banca exerceu igual pressão na praça lisboeta, com as ações do BES a não conseguirem escapar ao contágio. Nos instantes finais de negociação os títulos do banco acabaram por ceder 0,28% para os 0,725 euros. O BPI regrediu 1,82% para cotar nos 0,97 euros e os papéis do BCP mantiveram-se inalterados nos 0,096 euros. Foi também isso que aconteceu com as ações do Banif, estáveis nos 0,012 euros.
O peso pesado Jerónimo Martins foi outro dos títulos que mais castigou Lisboa, ao recuar 1,72% para os 14,3 euros. Desta forma prolongou-se a tendência negativa desde que a dona do Pingo Doce anunciou os resultados do primeiro semestre. As ações da Mota-Engil cederam 1,28% para os 2,691 euros.
Apesar de hoje terem sido divulgados dados macroeconómicos que indicam uma melhoria dos indicadores nos países do bloco europeu, as praças de referência ditaram um rumo negativo, com o índice Eurostoxx 50 a ceder 0,65% para os 2.790,78 pontos.
Em Frankfurt, o DAX alemão cedeu 1,17%. Esta terça-feira soube-se que as encomendas à indústria na Alemanha aumentaram 3,8% em junho face ao mês anterior. Este é um dado essencial para medir a procura interna e externa. De acordo com o ministro da Economia, o aumento das encomendas em junho resultou principalmente de grandes encomendas, adiantando que sem incluir estas, as encomendas caíram 0,7%.
Numa Europa pintada de “vermelho”, o MIB italiano recuou 0,44%. O Instituto de Estatística italiano revelou hoje que no segundo trimestre o Produto Interno Bruto teve uma contração de 0,2% face ao primeiro. Se compararmos com igual período do ano passado, a contração foi de 2%. Trata-se do oitavo trimestre consecutivo em que o PIB retrocede e o ISTAT prevê um recuo de 1,7% na economia para o conjunto de 2013.
O CAC francês cedeu 0,43% e o IBEX madrileno 0,37%. Já o FTSE londrino regrediu 0,23%. Em junho, a produção industrial no Reino Unido subiu 1,1% face ao mês anterior, depois de uma estagnação de três meses. O número superou as expectativas dos economistas, apoiado na actividade das fábricas.
Com os investidores também à espera das palavras do presidente da Fed de Chicago, Charles Evans, Wall Street acordou em queda. Ontem o responsável pela Fed de Dallas, Richard Fisher, deixou avisos sobre a proximidade de uma retirada de estímulos à economia.
Por outro lado, antes da abertura das bolsas o Departamento do Comércio anunciou que o défice da balança comercial dos EUA encolheu mais do que o esperado, atingindo mesmo o valor mais baixo desde outubro de 2009. Bons indicadores para a economia, mas que ainda assim parecem ter pouco impacto.
O índice industrial Dow Jones cedia 0,59% e o tecnológico Nasdaq 0,61%. Também no “vermelho”, o S&P500 recuava 0,53.