Investing.com - O impasse nas negociações entre democratas e republicanos, numa altura em que se aproxima a data limite para o Congresso dos Estados Unidos aumentar o teto da dívida, mantém-se e com ele o aumento dos receios dos investidores.
A semana começou de forma negativa para grande parte das praças europeias de referência. A bolsa de Lisboa acompanhou o desempenho externo. Cá dentro, o PSI20 encerrou a jornada a recuar 0,46% para os 5.997,46 pontos, com apenas cinco cotadas em alta, 12 em baixa e três inalteradas.
O peso pesado Jerónimo Martins destacou-se negativamente com um tombo de 2,23% para 14,04 euros por ação. O grupo proprietário dos supermercados Pingo Doce voltou a sofrer mais um corte de “preço-alvo”, de 18 para 16 euros, por parte do HSBC.
A acompanhar a tendência estiveram as quedas da EDP. Os títulos da elétrica cederam 1,59% para 2,545 euros. Isto depois de na semana passada o Governo ter anunciado que vai criar uma taxa extraordinária com vista a diminuir as rendas pagas aos produtores de energia. A subsidiária EDP Renováveis fechou no “verde”, a valorizar 0,45% para 3,8 euros, mas o efeito foi contrariado pela Galp Energia, também em queda. As ações da petrolífera fecharam a negociar nos 12,4 euros, com uma desvalorização de 0,24%.
A tendência mista também dominou no setor das telecomunicações com a Portugal Telecom e a Zon Optimus a recuarem 0,61% e 0,21% para os 3,439 euros e 4,7 euros respetivamente. Só a Sonaecom escapava ao contágio com um avanço de 0,47% para 2,16 euros.
No setor financeiro, BES e BCP impediram maiores perdas. As ações do banco liderado por Ricardo Salgado somaram 1,21% para 0,918 euros enquanto os títulos da instituição dirigida por Nuno Amado subiram 1,01% para 0,1 euros. No remanescente do setor, o BANIF tombou 9,09% para 0,01 euros. ESFG e BPI mantiveram-se sem variação nos 5,22 euros e 1 euro respetivamente. Igualmente inalterados terminaram os papéis da Mota-Engil, a valer 3,2 euros.
Lá fora, o índice Eurostoxx 50 não corrigiu as perdas do início da jornada e recuou 0,18% para 2.923,04 pontos. O IBEX madrileno regrediu 0,37% e o DAX alemão 0,36%. O FTSE londrino cedeu 0,26%. Em contra ciclo, o MIB italiano e o CAC francês avançaram 0,66% e 0,03%.
Esta foi uma jornada tranquila no que diz respeito à divulgação de dados macroeconómicos. Hoje ficou a saber-se que a confiança do consumidor caiu em outubro para 6,1 pontos face aos 6,5 pontos de setembro, bastante abaixo das previsões, de acordo com o indicador do instituto Sentix.
Do lado de lá do Atlântico mantinha-se a “maré vermelha” com o índice industrial Dow Jones a ceder 0,48% e o tecnológico Nasdaq 0,43%. O S&P500 recuava 0,43%.
De acordo com as estimativas da consultora Lexington IHS, o "shutdown" em vigor há uma semana já custou à economia norte-americana mais de 1,5 mil milhões de euros. À falta de um entendimento tudo indica que a paralisação nos Estados Unidos se mantenha. A contagem decrescente para a data limite de aumento do teto da dívida pelo Congresso está em marcha. Até 17 de outubro espera-se um veredicto, caso contrário o país enfrenta um cenário de incumprimento.