Investing.com – Em dia de divulgação de dados macroeconómicos, o fantasma da Síria parece estar a ter menor impacto sobre os investidores, que recuperam gradualmente o apetite por algum risco.
Ao início da jornada as praças europeias interromperam o ciclo de perdas das últimas sessões, mas negociavam depois em zona mista. Recuperaram terreno mais tarde, com o índice Eurostoxx 50, que representa as principais empresas da zona euro, a manter-se acima da linha de água subindo 0,08% para os 2.744, 88 pontos.
As quedas faziam-se sentir na praça de Frankfurt, mas o DAX corrigiu depois as perdas e avançava ligeiramente 0,07%. A determinar o comportamento estavam os dados hoje divulgados. De acordo com o Instituto alemão de Estatísticas, em agosto o número de desempregados no país aumentou em sete mil para um total de 2,95 milhões, quando se esperava uma diminuição. A taxa de desemprego manteve-se nos 6,8%.
O IBEX madrileno avançava 0,19%, no dia em que o Instituto Nacional de Estatística anunciou que a economia abrandou a contração no segundo trimestre do ano, com o PIB a cair 0,1% face aos 0,4% registados no trimestre anterior e 1,6% em relação a igual período do ano passado. Determinante para este comportamento terá sido o aumento das exportações e a estabilização da procura interna. Apesar da melhoria, a economia espanhola acumula nove trimestres de queda. Também hoje se soube que em agosto a inflação em Espanha abrandou para 1,5% face a igual período do ano passado. Em julho cifrou-se nos 1,8%.
Itália conseguia manter-se à superfície com o MIB a somar 0,58%. O Tesouro italiano foi hoje ao mercado primário financiar-se a cinco e a 10 anos, mas o país teve de pagar mais caro na linha a cinco anos. Na maturidade a 10 anos, o juro da emissão manteve-se estável, um dia depois de os partidos que formam a coligação liderada por Enrico Letta terem chegado a um compromisso quanto a um imposto imobiliário sobre o qual discordavam.
A instabilidade que reina no país continua, no entanto, a exercer pressão nos custos de financiamento. Isto porque os apoiantes de Silvio Berlusconi, condenado por fraude fiscal, ameaçam abandonar o executivo se o Partido Democrático do primeiro-ministro votar a favor da expulsão do antigo chefe de Governo do Senado. Por outro lado, esta quinta-feira o Instituto Nacional de Estatísticas anunciou que o índice de confiança do consumidor de Itália subiu para 98,3 em agosto face aos 97,4 em julho.
A alta dominava também o mercado gaulês com o CAC a apreciar 0,22%. O FTSE londrino avançava 0,66%.
Por Lisboa, a tendência era igualmente de ganhos. O PSI20 avançava 0,32%, com a Portugal Telecom a impulsionar o mercado, a par do BES e da EDP Renováveis. A Mota-Engil, que hoje apresenta contas após o fecho dos mercados, brilhava com uma subida de 3,26% para os 2,69 euros. Em contra ciclo, a Galp, que ontem beneficiou da subida do preço do ouro negro nos mercados internacionais, liderava as perdas. A petrolífera regredia 1,46% para cotar nos 12,865 euros por ação.
Do Instituto Nacional de Estatística português também chegaram hoje dados positivos. De acordo com o INE o indicador de clima económico fixou-se nos -2,1 pontos em agosto, face os -2,6 em julho, recuperando “de forma significativa”. Em relação ao indicador de confiança dos consumidores, recuperou dos -52,7 pontos de julho para os -49,0 pontos em agosto.
Do lado de lá do Atlântico, a notícia de que Produto Interno Bruto dos Estados Unidos cresceu 2,5% nos três meses terminados em junho, não foi bem recebida pelos investidores que especulam sobre a retirada de estímulos por parte da Reserva Federal dos EUA. Wall Street acordou assim em baixa, no mesmo dia em que o Departamento do Trabalho anunciou que os pedidos de subsídio de desemprego caíram em seis mil para 331 mil, na semana terminada a 24 de agosto.
Os números indicam que o mercado laboral está em recuperação