Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO, 9 Dez (Reuters) - Estrategistas do BTG Pactual (SA:BBTG99) reiteraram classificação 'overweight' para Brasil após revisão de seu portfólio de ações para América Latina, dado o apetite global por ativos de risco, além de expectativa de um desfecho marginalmente positivo para a difícil situação fiscal no país.
Na visão de Carlos Sequeira e equipe, os lucros do terceiro trimestre mais fortes do que o esperado e a Selic em mínima histórica sustentaram o interesse dos investidores em ações em níveis elevados, mas a situação fiscal do Brasil continua sem solução e é a principal razão para preocupações de investidores.
"Analisamos os seis resultados mais prováveis para o imbróglio fiscal e acreditamos que as chances de um cenário relativamente positivo superam as chances de um negativo", afirmaram em relatório nesta quarta-feira, ponderando que o 'upside' do Ibovespa .BVSP agora é menor após alta recente.
Apesar de ainda não ter renovado as máximas do ano, registradas em janeiro, quando encostou em 120 mil pontos, o Ibovespa quase zerou as perdas em 2020 e acumula valorização de cerca de 85% desde as mínimas de março, quando quase atingiu 60 mil pontos, considerando performance durante o pregão.
Em relação aos papéis listados na bolsa, o BTG afirmou que as suas preferidas são Vale VALE3.SA , B3 B3SA3.SA , Gerdau GGBR4.SA , Magazine Luiza MGLU3.SA , TIM TIMS3.SA e Petrobras (SA:PETR4) PETR4.S .
Na América Latina, Chile e Peru continuaram com recomendação 'overweight', enquanto México teve a classificação elevada para 'neutra' ante 'underweight' e Colômbia e Argentina seguiram com 'underweigh'.
De modo geral, os estrategistas citaram que, apesar dos desafios relacionados ao Covid-19 com a proximidade do inverno no hemisfério norte e crescimento de casos na Europa e Estados Unidos, notícias sobre pelo menos três vacinas sugerem que o mundo pode estar em um ambiente muito melhor em meados de 2021.
"As perspectivas encorajadoras para a economia global, com vacinações se aproximando, taxas de juros em baixas recordes e expectativas de estímulos adicionais nos EUA aumentaram o apetite ao risco e levaram os investidores a ações de mercados emergentes", acrescentaram. (Edição Alberto Alerigi Jr.)