LISBOA, 27 Abr (Reuters) - O Banco Central Europeu (BCE) tem uma recomendação não mandatória para o BPI BBPI.LS reduzir mais a sua exposição ao angolano BFA, que é algo que terá uma solução a longo prazo, mas o banco português não quer sair completamente de Angola, disse o recém-eleito Chief Executive Officer (CEO) Pablo Forero.
O BPI vendeu dois pct do BFA à Unitel - que tem Isabel dos Santos como accionista-chave - e esta telecom passou a controlar 51,9 pct, enquanto o banco português reduziu para 48,1 pct e passou a cumprir a exigência do Banco Central Europeu (BCE) que reduzisse a exposição excessiva àquele país africano.
"O BCE teve preocupações com este investimento (...) O BPI, tem uma recomendação do BCE para continuar com esses desinvestimentos (no BFA), mas é uma recomendação não vinculante, não mandatória", disse Pablo Forero, eleito CEO ontem na Assembleia Geral (AG).
"É a longo prazo. Sabemos que temos de fazer algo (...). Não esperem uma solução fácil e rápida (...) temos de negociar com o BFA, mas não contemplamos uma saída total de Angola. É uma saída que deixe tranquilo o Conselho do BPI em relação ao supervisor (BCE)", afirmo Pablo Forero.
Realçou que "Angola foi um investimento fantástico", explicando: "o BPI investiu 3,3 milhões de euros (ME) em Angola e recebeu 1.000 ME em retorno e ainda tem 450 ME no Balanço (do BFA)". Recentemente, o espanhol Caixabank CABK.MC passou a controlar 84,52 pct do Banco BPI BBPI.LS . (Por Sérgio Gonçalves; Editado por Daniel Alvarenga)