LISBOA, 14 Nov (Reuters) - A Bolsa deverá abrir em alta, a seguir os ganhos dos mercados asiáticos, com os investidores a preferirem acções a obrigações perante a perspectiva de regresso de inflação sob a Presidência de Donald Trump nos Estados Unidos, que tem penalizado seriamente os 'treasuries' e outra dívida soberana.
A economia japonesa cresceu a uma taxa anualizada de 2,2 pct no terceiro trimestre, mais do que o esperado.
Na sexta-feira, o BCP BCP.LS subiu 4,97 pct, prolongando a sua trajectória de ganhos para lá da recente recuperação dos pares do sector financeiro, pois vinha de valores relativamente mais deprimidos. semana passada, o CEO do BCP não quis comentar se a Sonangol terá pedido autorização ao Banco Central Europeu (BCE) para aumentar a sua participação para acima da fasquia de 20 pct como referiu alguma Imprensa nacional. A oil estatal angolana tem cerca de 19 pct.
O Berenberg subiu o preço alvo da NOS NOS.LS para 7,36 euros, de 6,8 euros antes.
Os preços do petróleo tombaram 3 pct na sexta-feira passada, com o Brent a negociar abaixo dos 44,6 dólares. Hoje segue estável nos 44,8 dólares.
O mercado mostra preocupação com o excesso de oferta de crude, após dados mostrarem que a produção nos países da OPEP aumentou para um recorde em Outubro, crescendo em 240.000 barris diários para 33,64 milhões.
Após a vitória inesperada de Donald Trump nas eleições Presidenciais dos Estados Unidos, os investidores poderão virar atenções na próxima semana para a saúde da economia mundial e quaisquer sinais de que possam estar para terminar anos de taxas de juro em mínimos recorde e de austeridade orçamental.
A vitória de Trump representa um grande desafio à visão convencional sobre a economia global, cujo crescimento, durante anos, se baseou em fortes trocas comerciais transfronteiriças e fluxos migratórios.
Contudo, além de um disparo geral dos 'yields' da dívida soberana, os mercados foram relativamente sanguíneos quanto ao resultado das eleições, apesar de receios de uma eventual queda a pique em caso de vitória de Trump, que, durante a campanha, transmitiu posições agressivamente proteccionistas sobre o comércio internacional.
Até a visão que a Reserva Federal vai subir taxas de juro no mês que vem, um ano após o passo inicial nessa direcção, não mudou. O testemunho da Presidente da Reserva Federal, Janet Yellen, no Congresso quinta-feira poderá dar indicação nesse sentido, apesar de um ligeiro apertar das condições de financiamento na última semana.
No mercado de dívida, a 'yield' das Obrigações do Tesouro portuguesas a 10 anos agravou 10 pontos para 3,51 pct na sessão anterior, em linha com as pares da zona euro, com a percepção que as políticas de Donald Trump vão impulsionar a inflação. Esta manhã volta a subir, seguindo nos 3,56 pct.
(Por Daniel Alvarenga)