LISBOA, 15 Nov (Reuters) - A Bolsa deverá abrir em leve alta, a contrariar as quedas dos mercados asiáticos penalizados por um receio geral quanto aos emergentes, estando os investidores em mãos com uma combinação entre o dólar em máximos de 14 anos e os 'yields' das 'treasuries' a subirem face à expectativa de mais inflação nos Estados Unidos, segundo dealers.
A farmacêutica e química alemã Merck (NYSE:MRK) aumentou o seu 'guidance' para o ano, vendo um 'range' entre 4.450 e 4.600 milhões de euros, contra 4.250 e 4.440 ME antes.
O lucro da Vodafone bateu as expectativas, com as 'core earnings' a subirem 4,3 pct na primeira metade do ano fisval.
A força do dólar e a subida dos 'yields' tem levado a saída de capital de mercados emergentes.
Hoje teremos dados sobre o crescimento da economia em Portugal no terceiro trimestre de 2016 e também na zona euro. Atenção ainda para a inflação no Reino Unido em Outubro e divulgação do índice ZEW para o sentimento económico da Alemanha em Novembro.
Ontem, a holding Pharol PHRA.LS , maior accionista da telecom brasileira Oi OIBR3.SA , teve a pior performance do índice, recuando 8,3 pct. Na sexta-feira passada, um grupo que inclui cerca de 70 empresas de obrigações aconselhadas pela Moelis & Co e a Sawiris rejeitaram um plano de reestruturação proposto pela gestão da Oi a 5 de Setembro, após o pedido de protecção de credores. o bilionário egípcio Naguib Sawiris e um grupo de obrigacionistas dissidentes estão a trabalhar numa alternativa ao plano da Oi.
A Sonae (LS:YSO) brilhou, subindo mais de 3 pct, a beneficiar do prolongado optimismo criado pelos fortes resultados do terceiro trimestre, divulgados na semana passada, e do anúncio que vai expandir a rede de lojas de saúde e bem-estar Wells. a vitória inesperada de Donald Trump nas eleições Presidenciais dos Estados Unidos, os investidores viram atenções para a saúde da economia mundial.
A vitória de Trump representa um grande desafio à visão convencional sobre a economia global, cujo crescimento, durante anos, se baseou em fortes trocas comerciais transfronteiriças e fluxos migratórios.
Contudo, além de um disparo geral dos 'yields' da dívida soberana, os mercados foram relativamente sanguíneos quanto ao resultado das eleições, apesar de receios de uma eventual queda a pique em caso de vitória de Trump, que, durante a campanha, transmitiu posições agressivamente proteccionistas sobre o comércio internacional.
Até a visão que a Reserva Federal vai subir taxas de juro no mês que vem, um ano após o passo inicial nessa direcção, não mudou. O testemunho da Presidente da Reserva Federal, Janet Yellen, no Congresso quinta-feira poderá dar indicações nesse sentido, apesar de um ligeiro apertar das condições de financiamento na última semana.
No mercado de dívida, a 'yield' das Obrigações do Tesouro portuguesas tem agravado, seguindo nos 3,53 pct, em simpatia com o 'sell off' global de dívida soberana causado pelo aumento das expectativas de inflação. Ontem tocou máximos desde Junho. (Por Daniel Alvarenga)