LISBOA, 16 Jan (Reuters) - A mulher mais rica da África e a ex-primeira filha de Angola, Isabel dos Santos manifestou interesse esta quinta-feira em candidatar-se à presidência, apesar de um congelamento de activos e acusações de desvio de mais de 1.000 milhões de dólares em dinheiro do Estado.
Foi a primeira vez que a filha do ex-presidente José Eduardo dos Santos, que governou Angola durante 38 anos até João Lourenço assumir a liderança em 2017, considerou entrar na política.
Questionada em entrevista à estação televisão portuguesa RTP se estaria interessada no papel de presidente, em eleições que terão lugar em 2022, dos Santos disse: "É possível".
Lourenço reprimiu o papel dos filhos do seu antecessor, demitindo Isabel dos Santos do seu cargo de presidente da empresa de petróleo Sonangol e o seu irmão do fundo soberano.
A empresária de 46 anos apelidada de "A Princesa" no seu país é avaliada em mais de 2 mil milhões de dólares pela revista Forbes, enquanto dois terços dos seus compatriotas vivem com menos de 2 dólares por dia, segundo o Banco Mundial.
No passado, ela sempre se identificou como empreendedora, não como política.
Dos Santos, o seu marido Sindika Dokolo e associado Mário Leite da Silva foram sujeitos a um congelamento de activos a 31 de Dezembro, depois de acusações de direccionar mais de 1.000 milhões de dólares da Sonangol e da 'trader' oficial de diamantes Sodiam para empresas nas quais mantinham participações.
Ela nega as acusações como uma "caça às bruxas" que faz parte de uma tentativa de apagar o legado do seu pai e distrair das falhas do novo Governo. integral em inglês: (Reportagem de Victoria Waldersee, Traduzido para português por João Manuel Maurício, Gdansk Newsroom; Editado por Patrícia Vicente Rua em Lisboa)